O Autor em 1973 Nome Leão Verde Localização Norte de Portugal Ver o meu perfil completo Música Angolana
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011 “Maria da Fonte” «» [III/III]Anos de 1962 a 1977 O Largo dos Lusíadas continuava a ser o coração da cidade/capital. Nele se elevava majestoso e imponente o Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra. A seu lado o Mercado do Quinaxixe fervilhava num constante movimento de camions e carrinhas que para ele transportavam os mais variados géneros alimentares e de outra ordem. Nele se movimentavam diariamente centenas de pessoas pois era o mercado central e abastecedor de Luanda. Havia a secção da fruta suculenta como o abacaxi, a goiaba, o maracujá, a pitanga, o tamarindo, o sape-sape, a mucua, o abacate, a fruta pinha, o mamão, a manga, o coco, o maboque, as diversas espécies de banana, a laranja, o caju e tantos outros frutos. A secção dos legumes frescos das mais variadas espécies, da cana-de-açúcar, do jindungo, da ginguba, da paracuca, da batata-doce frita, do doce de coco e de amendoim, do óleo de dendém para a muamba, da farinha de mandioca (fuba) ou da funge de pirão (farinha de milho). A ala do peixe onde para além dos odores do peixe seco se podia encontrar todo o género de peixe e crustáceos pescados e capturados nos mares de Angola, além do vindo da "metrópole" tal como a sardinha, o bacalhau, as enguias, etc. A secção de carne do bom gado bovino, caprino, suíno e demais espécies. A secção da venda de caldo verde, broa e pão das mais variadas categorias, do calçado e vestuário, dos coloridos panos do Congo, dos colares de missangas de mil cores. A secção dos animais vivos tais como cabritos, coelhos, galináceos, aves, enfim, um mercado onde tinha de tudo e tudo se encontrava. Um mercado municipal de assinalável miscigenação racial e social no seu uso quotidiano. Por trás do Monumento e do Mercado ficava o edifício da Direcção Geral dos Serviços de Agricultura, edifício construído no século XIX, de linhas arquitectónicas magnificas, bem ao estilo colonial e que completava o quadro paisagístico e arquitectónico de todo aquele largo. As vivendas circundantes com a evolução e crescimento da cidade/capital estavam a dar lugar a modernos edifícios de vários andares, tendo-se popularizado o que foi chamado de ”prédio Cuca” devido ao reclamo colocado em meados de 1970 no seu cimo. E ao longo dos anos o Largo dos Lusíadas e zonas circundantes foi-se alterando na sua paisagem urbana, tornando-se cada vez o coração da cidade de alcatrão e cimento de uma Luanda que progredia rumo a um Futuro imparável, transformando-se na “apetecida” jóia da África Ocidental. Novembro, dia 11, 1975. Independência de Angola Após a independência um dos objectivos principais do governo da R.P.A. foi o desmantelamento de todos os símbolos ligados culturalmente ao país colonizador. Dentro dessa nova realidade foram alterados nomes de ruas, de cinemas, de hospitais, de liceus e escolas, etc., etc. O país era outro, as realidades históricas e culturais seriam outras. Mas haviam os símbolos de maior volume, de maior presença física no quotidiano dos luandenses; as estátuas, os monumentos e também saber o que deles fazer. Decidiu o governo que as estátuas, símbolos do ex-poder colonizador, fossem derreados dos seus pedestais e depositados na fortaleza de São Miguel, onde seria criado o Museu das Forças Armadas. Assim foram sendo retiradas e no museu depositadas as estátuas de Diogo Cão, Vasco da Gama, Luis de Camões e Salvador Correia de Sá e Benevides, entre outras. Mas, há quase sempre um mas, faltava a de maior amplitude, grandeza e imponência … a do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial. O que ela na sua verdadeira essência representava não interessava aos novos senhores dos destinos de Angola. Era obra do poder do país colonizador, tinha que desaparecer, representasse o que representasse. Ano de 1976. A primeira iniciativa para derrubar a estátua do pedestal foi a de a amarrar e tentar derrubá-la sendo para o efeito utilizado um blindado para a puxar … como se isso fosse possivel mas, obviamente, a estátua continuou firme e hirta de espada apontada aos céus como que “pedindo” clemência para os que a tentavam ultrajar no simbolismo angolano que representava. ”Não sai de uma forma sai de outra, terão pensado os desmontadores de estátuas pois a acção seguinte foi a de pura e simplesmente fazê-la explodir”. Assim em Abril de 1976 a parte superior, a estátua verdadeiramente dita, foi dinamitada com trotil e reduzida a escombros. Os rebentamentos ocorreram durante a noite para neutralização de qualquer impacto emocional e de “revolta sentimental” caso fosse à luz do dia. Para que os pedaços não se espalhassem descontroladamente foi a mesma envolvida numa gigantesca tela a fim de se evitar que os mesmos se projectassem e causassem prejuízos acrescidos nos prédios envolventes, embora o raio de acção fosse de perímetro suficientemente seguro. Houveram apenas alguns estilhaçamentos de vidros nos prédios envolventes devido aos fortes estrondos e ondas de impacto verificadas. Após limpeza e nivelamento do topo foi lá colocado um tanque de guerra como símbolo da batalha pela independência ganha pelo MPLA. Diziam uns que o tanque era soviético e tido como símbolo da solidariedade internacional existente, enquanto outros que seria um tanque dos capturados ao exército sul-africano. Nunca soube qual a verdadeira versão por também não me ter interessado aprofundar esse conhecimento. O nome do largo foi de imediato “rebaptizado” e tendo como analogia o “Maria da Fonte” começamos a designá-lo como largo da “maria do tanque”. Outros habitantes luandenses denominavam-no como “largo do blindado”. O tanque manteve-se no pedestal até Nov 1977, mês/ano em que saí de Angola, pelo que dou por finalizado o meu momento na história da história do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial. Mais tarde, talvez decorridos uns 20 anos, o tanque foi removido, o pedestal reconstruído e foi colocada uma estátua em memória da Rainha N’Zinga, heroína angolana no século XVII na oposição aos portugueses. Hoje, data deste tema, e já desde há alguns meses, todo o conjunto estátua/pedestal também já não existe no ex-Largo dos Lusíadas devido à "cratera" em que todo aquela largo se tornou, pelas profundas obras de requalificação para toda aquela área. O pedestal do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial, inaugurado em 1937, resistiu, apesar das várias vicissitudes, mais 35 anos desde o ano de 1976, ano em que explodiram a estátua evocativa da acção conjunta das forças de Portugal e de Angola contra o invasor externo, a Alemanha. Saudações e Inté
Comments:
Amigo, quero expressar o meu apreço e agradecimento pela sua resenha histórica sobre a "MARIA DA FONTE", que está um trabalho notável. É realmente muito útil pois não devemos esquecer a história ainda que com roupagens de estória... porém reveste-se de grande interesse a cuidada pesquiza que com rigor trás ao conhecimento ou no reavivar de factos que se encontram esbatidos na neblina do tempo e que não devemos deixar que a poeira das mentes torpes os apaguem para sempre! Fico-lhe muito grata pelo dar a conhecer, ou relembrar, vivências dos nossos antepassados que deram o seu melhor para que hoje sejamos quem somos! Muito obrigada!
Mano
Este monumento irá perdurar na nossa memória enquanto existirmos. Aqui tirámos uma das fotos mais emblemáticas de todos nós irmãos. A história ensina que tudo que seja de povos conquistadores depois de retirarem, tudo será apagado. Para nós este monumento irá perdurar enquanto existirmos. Aqui tirámos uma das fotos mais emblemáticas de todos nós, irmãos, no seu pedestal. Foram-se as pedras ficaram as memórias. Abraços e Parabéns pelo magnífico trabalho de pesquisa.
obrigado "marius70"... tens sido um grande conservador da nossa memória colectiva...existe um outro grande vulto chamado "pertinus" que tb temumacervo de recordações igualmente valioso... continuem !!!
CÁ FICO
agradeço o seu comentário neste espaço do "Reviver Estórias" e irei continuar, sempre que possivel. Apenas uma ressalva e por questão de pormenor... eu sou "Leão Verde" e não "Marius70" que é meu irmão e que também tem um blogue dedicado às suas memórias, o "Terra Vermelha". Abraço.
amigo leao verde tenho seguido teu blog e como tambem passei por angola gostava de saber algo de ti um abraço do correia
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