O Autor em 1973 Nome Leão Verde Localização Norte de Portugal Ver o meu perfil completo Música Angolana
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008 Adeus ... AMIGANão era este o tema que hoje quereria escrever. O Relembrar de hoje era destinado a um amigo, a um condiscípulo do 1º ano, a um Bom Amigo. Mas a vontade do Homem pode, por vezes, não ser a vontade da Vida. E a Vida é a Existência que antecede a Morte. Hoje este tema é Dedicado a uma AMIGA do Outro Lado do Tempo. Que hoje Faleceu. Que hoje deixou-me mais só, mais nostálgico, mais triste. Constituíamos um Grupo formidável. Um grupo Amigo, de convivências sadias, de companheirismo a todo o terreno. Todos enquadrados nas idades uns dos outros. As garinas da Textang/Boavista e os boys do Bairro de S.Paulo. Eu e os manos Mário e Alfa e o amigo Tonito. Anos mais tarde eu e Alfa. Depois dos boys fiquei apenas eu e apareceu o Licínio, um pretendente, mas que não era do bairro. Lete e a irmã gémea Irene, Lili e mana Branquinha. Mais tarde, já quando era o último resistente dos boys, “entra” a Eduarda para o novo grupo surgido, quase ao mesmo tempo que Licínio. Frequentávamos as farras do Ferrovia, do Transmontano, as matines dançantes do Tropical. Viamos filmes no Kipaka e o Chá das Seis no Restauração. Íamos aos bailes e passagens de modelos na Textang. Estendíamos os corpos nas areias quentes das praias de S. Jorge e Restinga e mergulhávamos com alegria naquelas águas tépidas do Atlântico. Tinhamos saídas até à Barra do Quanza e passeávamos como namorados pelo Parque Heróis de Chaves. Foi assim o nosso convívio, a nossa Amizade. Durante alguns e bons anos. Éramos amigos/namorados/amigos. Pode parecer difícil de entender, mas não é. Éramos amigos, portávamos por vezes como namorados, mas pura e simplesmente fomos apenas amigos. Confesso que por vezes era difícil distinguirmos uma situação da outra. Havia muita cumplicidade nos gestos, nos olhares, mas de repente, um riso mais espontâneo fazia-nos regressar à realidade da Amizade. A Lete era a Rainha da Felicidade, da Alegria de Viver, da Boa Disposição, do Riso sadio e estonteante. Era a Alma perfeita do Grupo. Contagiava-nos com a sua forma de ser, de estar. A seu lado ninguém estava ou podia manter-se triste. Era o Sol, era a Luz, era a Lua, era a Natureza pura. Estava sempre com disposição para dançar, e se dançava. Se pudesse teria morrido a dançar. Continuamente as canções mais alegres e em voga saiam das suas cordas vocais e todos a acompanhávamos. Era, como o disse, a Alma do Grupo. Quantas e quantas vezes a fui esperar à Cabeleireira Ana Bolena, na Avª dos Restauradores de Angola, onde trabalhava. E depois acompanhava-a até ao Largo Bressane Leite onde apanhava o autocarro da Linha 6/Boavista. Vezes sem conta a acompanhei no “seu” autocarro até casa. Era o tal imbróglio a funcionar … namorado ou amigo!? Sempre soube “ocultar” as muitas tristezas que a Vida lhe colocou pelo caminho. E eu sei, pois nos últimos anos, de uma ou outra forma estive a seu lado. E quando recentemente tinha sido pela primeira vez avó. O quanto sei como andava contente, feliz. Foi curtíssima essa condição de avó. Não teve tempo suficiente para mimar e dar carinhos à netinha. A Morte roubou-lhe essa ligação, esse novo sentir. Até um dia querida Amiga Lete. Um até sempre de todos nós. Os do Grupo dos boys de S. Paulo e da mana Faty. Amanhã acompanhar-te-ei na tua última viagem terrena. Esta foi a mensagem de dor sentida que deixei escrita no dia 16 de Agosto 2008 e que senti necessidade física e espiritual de a compartilhar com alguém mais. Hoje, dia 16 de Outubro, faz 2 meses que a Lete faleceu. Depois de a ter reencontrado e de ter com ela convivido até ao seu desaparecimento terreno. Se não tivesse acontecido o desaparecimento do blog na anterior plataforma, este acréscimo não teria sido escrito. Mas como aconteceu, sinto o desejo de neste dia dizer-vos qual o seu último desejo e assim ficarem com a confirmação do seu carácter, da sua sensibilidade perante a Vida e da sua certeza após a Morte. Que fosse cremada e que parte das suas cinzas, pertencentes à Natureza Humana, fossem espalhadas à brisa do Vento, à Natureza Natura. Natureza que ela sempre personificou, que ela sempre amou. Desejo que naturalmente foi cumprido. Hoje o dia foi de Sol hoje a sua Luz foi mais intensa. Hoje o Vento ficou quedo hoje a Natureza não ventou. Hoje a Lua será mais brilhante hoje as Nuvens não a ocultarão. Hoje os Deuses do Olimpo não deixaram a Chuva cair. Hoje para sempre se foi, em pó seu corpo se tornou e à Natureza lançado, pois Ela fazia parte da Natureza. Hoje não choveu Hoje só o Homem chorou! **Este tema está encerrado a comentários, pois tudo quanto desejaram transmitir fizeram-no nas intervenções nos dias seguintes ao do conhecimento deste meu lamento, desta minha profunda amargura. **Já o tinha feito nos comentários desaparecidos. Mas agora e através desta página, agradeço as palavras de conforto, de solidariedade, de companheirismo, de amizade que me enviaram. Até Sempre ... AMIGA |