terça-feira, 15 de maio de 2012

 

Tema Sem Tema


A minha estória de hoje é de um tema sem tema.

Com base num tema editado no “Reviver Estórias” em 1 Dez 2009, com o titulo [clicar »»Ambriz «» O Primeiro Poema], estória de um poema dedicado a Mitsuko Sassaki Gomes, uma Amiga de alma pura e sensível ofereceu-me, em devida altura, uma página por ela produzida, em que de forma simples mas aconchegante transmitiu tudo quanto a sua sensibilidade encontrou no tema.

Assim e para que essa página fique visível aos olhos de todos quantos por este blog “caminham”, entendi que este era o momento próprio de lhe dar vida no “Reviver Estórias”, por ser bastante digna do tema a que a autora foi “beber” toda a substância para a criar.

Uma vez mais agradeço-te Delta por te ter como Amiga e por me considerares também um amigo.

Este é o link da página a que me refiro »»clicar [AQUI]««

Saudações e Inté




sexta-feira, 2 de março de 2012

 

Riquita «» Miss Portugal 1971




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Mais um momento, mais um acontecimento a recordar. É uma pequena homenagem, mais através da imagem que da palavra, que procuro fazer à "nossa" Riquita quando concorreu a Miss Portugal no já longínquo ano de 1971.
Foi a primeira vez que houve "autorização" para que as representantes de Angola e Moçambique pudessem participar, mal antevendo por certo, os autores dessa "autorização" que nesse ano de estreia fosse a menina de Moçâmedes, a vencedora.

Se a este género de eventos, como o concurso de Miss Angola passava de certa forma despercebido da maioria da população angolana e luandense, pois só os agentes, as concorrentes, algumas estações de rádio e alguma determinada "elite" é que conheciam, participando e presenciando o evento, o certo é que a até então "quase desconhecida", de vulgo nome Riquita, tornou-se rapidamente num simbolo nacionalista da beleza da mulher angolana e da própria Angola na sua constante busca de autonomia.
Foi uma explosão de loucura, de histerismo, de espontânea glória para todo um povo anónimo que vitoriava quem bem tinha levantado o nome de Angola, e logo na capital do então império português. A então quase "desconhecida" Riquita trazia para Angola o ceptro e a coroa de Miss Portugal.
O povo luandense "decretou" no dia da sua chegada, ao então aeroporto Craveiro Lopes, feriado e centenas de milhares aplaudiram-na na sua passagem, os prédios e ruas apinharam-se para verem a sua Rainha, centenas de motos, motorizadas e veículos de quatro rodas formaram um numeroso e autêntico cortejo "obrigando-a" a percorrer as principais artérias de Luanda.
Mas Riquita, a menina de Moçâmedes, já era rainha pelo modernismo na sua forma de se vestir, pelas madeixas e pelos óculos que lhe encobriam os belos e fascinantes olhos de menina com 18 anos. Como agora se diz, gostava de se "produzir".
Estaria por certo a tecer encómios sem fim de tudo quanto representou desde o ter vencido o título de Miss Portugal 71, a toda a envolvência que se assistiu em Luanda e um pouco por toda a Angola, nomeadamente na sua cidade de Moçâmedes, e de como mais uma vez "ajudou", não o sabendo, ao renascimento politico em certos e já enraizados círculos, como já tinha de certa forma tinha acontecido quando Eduardo Nascimento foi à Eurovisão.

Para quase todos quantos viveram em Angola estes êxitos eram, para além de serem verdadeiramente e apaixonadamente glorificados pelo povo anónimo, também uma resposta que se pretendia e ambicionava desde há vários anos, já no tempo de Norton de Matos, por ex:, rápida na transformação politica de ordem autonómica e todos os êxitos alcançados além fronteiras serviam para consolidar esse sentimento.

De Riquita todos quantos viveram no "Outro Lado do Tempo" sabem quem ela foi, o que para nós representou e como Angola sempre sobressaía cada vez mais do isolamento obscurantista pretendido na capital do chamado império português.

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OBRIGADO RIQUITA pela continuidade da "chama" que em muitos milhares de nós conseguiste continuar a "alimentar" com o teu feito, e do qual foste a pioneira para que se abrissem em definitivo as fronteiras de Angola, através da beleza da mulher angolana, a outros certames de niveis internacionais e universais.

Saudações e Inté




terça-feira, 31 de janeiro de 2012

 

O Meu Percurso Militar




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Hoje, dia 31 de Janeiro 2012, faz 42 anos que, como incorporado para todo o serviço militar, franqueei a porta de armas do R.I.21 (Nova Lisboa) a fim de dar seguimento a uma nova etapa na vida minha, o cumprimento do serviço militar obrigatório.
A fim de relembrar todos os passos desde esse longínquo dia até à entrada em licença registada, decidi fazer o trabalho que apresento em vídeo. Neste trabalho procuro historiar através de fotos e imagens todo esse meu percurso militar, desde a data em que fui à inspecção [1970] até à data de entrada em licença registada [1973].
É um trabalho feito apenas com as diversas fotos e imagens que possuo, mas também tive a necessidade de recorrer a uma ou outra pincelada escrita para enquadramento de partes desse conjunto visual, a fim de caracterizar alguns aspectos desses caminhos percorridos.
Simultaneamente foi também uma forma que encontrei para rever e trazer a conhecimento alguns dos muitos companheiros e camaradas que comigo caminharam todo esse percurso militar.

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Alguns desses companheiros e camaradas já os encontrei ao longo dos anos e tenho a esperança que outros possam vir por mero acaso a terem conhecimento deste blog e reverem-se nalgumas das fotos ou trajectos que dão “ vida “ ao tema.

Saudações e Inté




quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

 

Hoje Faço Anos


** Khatchaturian Aram »« Dança do Sabre **


Hoje, Dia em Que Faço Anos, é o Dia dos Santos Inocentes
O Dia dos Santos Inocentes ou dos Santos Mártires é o dia em que, segundo S. Mateus, Herodes, o Grande, mandou massacrar cruelmente todas as Inocentes crianças de Belém para que o bebé Jesus parecesse.



Segundo o Evangelho de São Mateus uma profecia do Antigo Testamento dizia que o nascimento de um novo rei de Israel seria conhecido quando a estrela do Oriente brilhasse com mais intensidade e encaminhasse os Reis Magos para Jerusalém onde, quando chegados, teriam de encontrar um recém-nascido tido como o futuro rei de Israel. Quando Herodes, também conhecedor dessa profecia, ouviu dizer que Reis Magos se encontravam a caminho de Jerusalém soube que essa profecia se estava a concretizar. Temendo ser substituído por Jesus decide agir rapidamente e depois de não ter conseguido obter por parte dos Reis Magos a indicação de aonde se encontraria o deus-menino, mandou matar todas as crianças do sexo masculino que tivessem nascido há pelo menos dois anos em Belém e arredores dado que desconhecia desde quanto tempo é que os Reis Magos se tinham posto a caminho de Jerusalém.
De acordo com a tradição, o anjo que apareceu aos Reis Magos para que nada dissessem a Herodes também se anunciou a José dizendo para ele e familia sairem rapidamente da cidade a fim de Jesus não ser encontrado e morto pelos soldados de Herodes.
Aceitando a ordem, José, Maria e o deus-menino abandonaram a cidade fugindo para o Egipto.

E desta forma Jesus escapou à degola dos Inocentes



Nos tempos antigos a liturgia romana mencionava o dia 28 de Dezembro como o “Dia dos Santos Inocentes”, mas noutras latitudes e continentes este dia era mencionado como o “Dia dos Santos infantes”, mas em qualquer das situações este dia é uma festividade celebrada por todas as igrejas cristãs.
Com o decorrer dos séculos este dia de 28 de Dezembro tornou-se uma festividade de cariz mais popular e a sua comemoração fez com que tomasse diferentes conotações sendo uma delas, a mais folclórica, a de este dia ser usado para fazer piadas entre amigos e a de se fazer algum acreditar numa mentira e depois, ao ser-lhe revelado que caiu num logro, dizer-lhe ; - Feliz Dia dos Santos Inocentes!

Talvez por me sentir ancestralmente bastante ligado a este Dia o certo é que acredito, até prova em contrário, em quase tudo que tenha alguma razoabilidade assim como também em quase todos ... »» simplesmente porque nasci no Dia dos Santos Inocentes ««



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Irei completar este “Hoje Faço Anos” dando a conhecer uma página a mim dedicada pelo meu Aniversário em 28 Dezembro 2006, por alguém que merece este meu agradecimento público. Alguém com quem há vários anos (talvez desde 2004), ainda não havia a “febre” dos blogs, estabeleci contacto virtual nos fóruns do Sapo, contacto que virtualmente ainda se mantém, e que sempre compreendeu e respeitou a minha forma de estar e o estado de espírito em como “navego” neste mundo virtual. Alguém que se mantém como Amiga, que me “” o seu ouvido, sabendo ouvir, e que me transmite, quando necessário, Paz, Serenidade e Confiança Espiritual, sendo a minha “madrinha virtual”, desde esses meus primeiros passos começados nos tais fóruns do Sapo. Esses fóruns eram constituídos por um bom grupo solidário, interventivo, muito homogéneo, com honestidade intelectual a por vezes deixo-me “tomar” de alguma nostalgia quando recordo os longos serões de cavaqueiras escritas então existentes.

Agradeço-te Delta por continuares a ser minha Amiga e, conforme sabes, tenho-te também em Alta Estima, Consideração e Amizade. Para ti e toda a tua Família Desejo Boas Festas Natalícias e o Melhor de 2012.

Este é o link da página a que me refiro »»clicar [AQUI]««

A Todos Quantos Passem por este Blog Desejo também o Melhor Possivel para o Ano 2012, com Esperança, Solidariedade, Fraternidade, Amizade, tendo em Atenção Tudo Quanto de Menos Positivo se Atravessa.

Saudações e Inté




quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

 

“Maria da Fonte” «» [III/III]


** Teta Lando »« Eu Vou Voltar **


”Estoriando o meu momento na História”


Anos de 1962 a 1977
O Largo dos Lusíadas continuava a ser o coração da cidade/capital. Nele se elevava majestoso e imponente o Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra. A seu lado o Mercado do Quinaxixe fervilhava num constante movimento de camions e carrinhas que para ele transportavam os mais variados géneros alimentares e de outra ordem.

** Mercado do Quinaxixi. Demolido em Agosto 2008 **


Nele se movimentavam diariamente centenas de pessoas pois era o mercado central e abastecedor de Luanda. Havia a secção da fruta suculenta como o abacaxi, a goiaba, o maracujá, a pitanga, o tamarindo, o sape-sape, a mucua, o abacate, a fruta pinha, o mamão, a manga, o coco, o maboque, as diversas espécies de banana, a laranja, o caju e tantos outros frutos. A secção dos legumes frescos das mais variadas espécies, da cana-de-açúcar, do jindungo, da ginguba, da paracuca, da batata-doce frita, do doce de coco e de amendoim, do óleo de dendém para a muamba, da farinha de mandioca (fuba) ou da funge de pirão (farinha de milho). A ala do peixe onde para além dos odores do peixe seco se podia encontrar todo o género de peixe e crustáceos pescados e capturados nos mares de Angola, além do vindo da "metrópole" tal como a sardinha, o bacalhau, as enguias, etc. A secção de carne do bom gado bovino, caprino, suíno e demais espécies. A secção da venda de caldo verde, broa e pão das mais variadas categorias, do calçado e vestuário, dos coloridos panos do Congo, dos colares de missangas de mil cores. A secção dos animais vivos tais como cabritos, coelhos, galináceos, aves, enfim, um mercado onde tinha de tudo e tudo se encontrava. Um mercado municipal de assinalável miscigenação racial e social no seu uso quotidiano.
Por trás do Monumento e do Mercado ficava o edifício da Direcção Geral dos Serviços de Agricultura, edifício construído no século XIX, de linhas arquitectónicas magnificas, bem ao estilo colonial e que completava o quadro paisagístico e arquitectónico de todo aquele largo.

** Imagem em fundo do edificio. Demolido em finais dos anos 60 **


As vivendas circundantes com a evolução e crescimento da cidade/capital estavam a dar lugar a modernos edifícios de vários andares, tendo-se popularizado o que foi chamado de ”prédio Cuca” devido ao reclamo colocado em meados de 1970 no seu cimo.

** prédio “Cuca”. Construido em 1966/7. Demolido em Ago/Set/2011 **


E ao longo dos anos o Largo dos Lusíadas e zonas circundantes foi-se alterando na sua paisagem urbana, tornando-se cada vez o coração da cidade de alcatrão e cimento de uma Luanda que progredia rumo a um Futuro imparável, transformando-se na “apetecida” jóia da África Ocidental.

** Crescimento Imparavel de Luanda **


Novembro, dia 11, 1975. Independência de Angola
Após a independência um dos objectivos principais do governo da R.P.A. foi o desmantelamento de todos os símbolos ligados culturalmente ao país colonizador. Dentro dessa nova realidade foram alterados nomes de ruas, de cinemas, de hospitais, de liceus e escolas, etc., etc. O país era outro, as realidades históricas e culturais seriam outras.
Mas haviam os símbolos de maior volume, de maior presença física no quotidiano dos luandenses; as estátuas, os monumentos e também saber o que deles fazer. Decidiu o governo que as estátuas, símbolos do ex-poder colonizador, fossem derreados dos seus pedestais e depositados na fortaleza de São Miguel, onde seria criado o Museu das Forças Armadas. Assim foram sendo retiradas e no museu depositadas as estátuas de Diogo Cão, Vasco da Gama, Luis de Camões e Salvador Correia de Sá e Benevides, entre outras. Mas, há quase sempre um mas, faltava a de maior amplitude, grandeza e imponência … a do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial. O que ela na sua verdadeira essência representava não interessava aos novos senhores dos destinos de Angola. Era obra do poder do país colonizador, tinha que desaparecer, representasse o que representasse.

Ano de 1976.
A primeira iniciativa para derrubar a estátua do pedestal foi a de a amarrar e tentar derrubá-la sendo para o efeito utilizado um blindado para a puxar … como se isso fosse possivel mas, obviamente, a estátua continuou firme e hirta de espada apontada aos céus como que “pedindo” clemência para os que a tentavam ultrajar no simbolismo angolano que representava. ”Não sai de uma forma sai de outra, terão pensado os desmontadores de estátuas pois a acção seguinte foi a de pura e simplesmente fazê-la explodir”.
Assim em Abril de 1976 a parte superior, a estátua verdadeiramente dita, foi dinamitada com trotil e reduzida a escombros. Os rebentamentos ocorreram durante a noite para neutralização de qualquer impacto emocional e de “revolta sentimental” caso fosse à luz do dia. Para que os pedaços não se espalhassem descontroladamente foi a mesma envolvida numa gigantesca tela a fim de se evitar que os mesmos se projectassem e causassem prejuízos acrescidos nos prédios envolventes, embora o raio de acção fosse de perímetro suficientemente seguro. Houveram apenas alguns estilhaçamentos de vidros nos prédios envolventes devido aos fortes estrondos e ondas de impacto verificadas. Após limpeza e nivelamento do topo foi lá colocado um tanque de guerra como símbolo da batalha pela independência ganha pelo MPLA.

** o “famoso tanque” que destronou a magnifica estátua **


Diziam uns que o tanque era soviético e tido como símbolo da solidariedade internacional existente, enquanto outros que seria um tanque dos capturados ao exército sul-africano. Nunca soube qual a verdadeira versão por também não me ter interessado aprofundar esse conhecimento.
O nome do largo foi de imediato “rebaptizado” e tendo como analogia o “Maria da Fonte” começamos a designá-lo como largo da “maria do tanque”. Outros habitantes luandenses denominavam-no como “largo do blindado”.
O tanque manteve-se no pedestal até Nov 1977, mês/ano em que saí de Angola, pelo que dou por finalizado o meu momento na história da história do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial.

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Mais tarde, talvez decorridos uns 20 anos, o tanque foi removido, o pedestal reconstruído e foi colocada uma estátua em memória da Rainha N’Zinga, heroína angolana no século XVII na oposição aos portugueses. Hoje, data deste tema, e já desde há alguns meses, todo o conjunto estátua/pedestal também já não existe no ex-Largo dos Lusíadas devido à "cratera" em que todo aquela largo se tornou, pelas profundas obras de requalificação para toda aquela área.

** Rainha N’Zinga que substituiu o tanque **


O pedestal do Monumento aos Mortos da Primeira Grande Guerra Mundial, inaugurado em 1937, resistiu, apesar das várias vicissitudes, mais 35 anos desde o ano de 1976, ano em que explodiram a estátua evocativa da acção conjunta das forças de Portugal e de Angola contra o invasor externo, a Alemanha.

Saudações e Inté