segunda-feira, 21 de novembro de 2011

 

“Maria da Fonte” «» [I/III]


** Carlos Lamartine »« Ene **


Embora não seja esse o meu propósito, considerando que quem tem a obrigação de historiar os diversos factos e feitos sejam eles que de natureza forem e que realmente tenham conteúdo e valor histórico serão os historiadores, também penso que ao escrever alguns momentos das minhas vivências e ambiências terei o “dever” de nalguns desses temas alargar o âmbito dessas minhas estórias procurando historiá-las.
Essa vai ser a minha intenção para o presente tema. Creio que o momento que pretendo relembrar tem necessidade de uma lógica sequencial para não ficar apenas pelo momento em si. Assim irei procurar historiar, de forma resumida mas entendível, ”o antes”, o "porquê da existência", as "razões" de algumas incorrecções [que procurarei corrigir], "quem foi quem ou o quê", para finalmente chegar ao momento que é a verdadeira essência do que me fez escrever o tema em apreço. Completarei por fim o ciclo descrevendo-o até ao momento em que a “coisa publica” deixou de existir.
Será o tal percurso histórico que fará compreender e até dar a conhecer as várias etapas dessa “coisa publica” que pretendo relembrar. Poderei afirmar que pessoalmente fiquei muito mais “enriquecido” com os conhecimentos que adquiri ao ter pesquisado e consultado tudo quanto as novas estradas de comunicação tecnológica “a galáxia Virtualis” me propiciaram. Considero como satisfatório o resultado final alcançado tendo em atenção o objectivo principal do tema.
É obvio que sendo eu o agora narrador sintetizei a informação recolhida dando-lhe o meu cunho e enquadramento pessoal, mas sem desvirtuamento histórico do que fui compilando. Com tudo isto não pretendo fazer história, até porque não estou vocacionado para isso, mas apenas dar estampa neste “Reviver Estórias” dos factos históricos que precederam a existência da chamada “coisa publica” até ao momento do seu “esquartejamento” e das mutações tidas até ao seu desaparecimento total.

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** com meus irmãos no Monumento. Ano 1968 **


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Historiando “o antes”


Ano de 1914
Com inicio em Agosto a Alemanha declarou guerra à Russia e França e invade o Luxemburgo e a Bélgica. A 4 Agosto, como consequência do ataque à Bélgica, a Inglaterra declara guerra à Alemanha devido a esta ter atacado um país considerado, através do Tratado de 1831, como território perpetuamente neutral. Ao mesmo tempo o governo britânico informa oficialmente o governo português que «”em caso de ataque da Alemanha contra qualquer possessão portuguesa o Governo de Sua Majestade considerar-se-á ligado por estipulações da aliança anglo-portuguesa”». A 7 Agosto, devido ao deflagrar da 1.ª Guerra Mundial, o Congresso da República Portuguesa, reunido extraordinariamente, aprova um documento de intenções sobre a condução da política externa. Nesse documento Portugal afirma que não faltaria aos seus compromissos internacionais, sobretudo no que diz respeito à Aliança Luso-Britânica. A 18 Agosto é decidido a organização de uma expedição militar com destino a Angola e Moçambique. A 11 Setembro dá-se a partida de Lisboa de uma expedição militar comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas com destino a Angola. A 1 Outubro as forças expedicionárias do comando de Alves Roçadas desembarcam em Moçâmedes, no Sul de Angola, sendo a força composta por 1 [um] batalhão de infantaria, 1 [um] pelotão de metralhadoras, 1 [uma] bateria de artilharia e 1 [um] esquadrão de cavalaria. A 10 Outubro o governo britânico, invocando a antiga aliança, «”formalmente convida o Governo Português a deixar a sua atitude de neutralidade e enfileirar activamente ao lado da Grã-Bretanha e dos seus aliados”». A 19 Outubro há um incidente de fronteira em Naulila, no sul de Angola, no qual são mortos três alemães que faziam parte de uma missão, a qual tinha entrado na província sem autorização e acampado na margem esquerda do Cunene, mas já no território da província. A 22 Outubro as forças expedicionárias de Alves Roçadas e forças provinciais acabam a sua concentração em Lubango, no planalto de Moçâmedes, preparando a defesa do sul de Angola contra quaisquer investidas de tropas vinda da África Alemã do Sudoeste. A 30 Outubro acontece o massacre de Cuangar. O posto português de Cuangar, na margem esquerda do rio Cubango, no Sul de Angola, é atacado por alemães armados de metralhadoras. São mortos dois oficiais, um sargento, cinco soldados europeus e treze africanos, o comerciante Sousa Machado e uma mulher, num total de 22 pessoas. A 31 Outubro Alves Roçadas determina a organização das chamadas “Forças em operações ao Sul de Angola”, com as forças expedicionárias e forças da província. A 5 de Novembro forças militares de reforço da guarnição portuguesa em Angola partem de Lisboa comandadas pelo capitão-tenente Coriolano da Costa, devido a incidentes graves com tropas alemãs na fronteira. A 12 e 13 Dezembro há encontros entre patrulhas portuguesas e alemãs no Sul de Angola, com troca de tiros. A 17 Dezembro forças alemãs, sob o comando do major Frank, acampam nas margens do Cunene. A 18 Dezembro no combate de Naulila as forças alemãs atacam as portuguesas obrigando-as a retirar em direcção a Humbe, no Sul de Angola. Morrem 3 oficiais e 66 sargentos e soldados. A 19 Dezembro as forças portuguesas abandonam Humbe, depois do paiol do Forte Roçadas ter explodido. Retiram mais para norte, para Gambos, com intenção de defender Lubango, no Sul de Angola.

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** as transformações havidas ao longo dos anos **


Ano de 1915
A 3 Fevereiro mais expedições militares partem para Angola para fazer frente aos ataques constantes das forças alemãs. A 7 Julho as forças portuguesas reocupam Humbe, no sul de Angola, sem encontrarem resistência.

Ano de 1916
A 17 Fevereiro o governo português recebe um pedido do governo britânico «”em nome da aliança”» de «”requisição urgente de todos os barcos inimigos estacionados em portos portugueses”». A 23 Fevereiro Portugal apreende todos os navios mercantes alemães fundeados nos portos portugueses a fim de serem colocados ao serviço da causa comum luso-britânica, numa operação dirigida pelo capitão de fragata Leote do Rego, comandante da Divisão Naval de Defesa. A 9 Março a Alemanha declara guerra a Portugal. A 15 Junho o governo britânico convida formalmente Portugal a tomar parte activa nas operações militares dos aliados. A 9 Julho as forças militares da África Alemã do Sudoeste rendem-se ao general Botha, comandante em chefe das forças da União Sul-Africana. A 12 Julho o general Pereira d'Eça toma conhecimento da rendição da colónia alemã. Ao longo dos meses e anos seguintes as forças alemães foram-se rendendo em África e na Europa.

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** as transformações e evolução do local continuam **


A 11 Novembro 1918 a Alemanha pediu o Armistício (suspensão da guerra) com base nos Catorze Pontos do presidente americano Woodrow Wilson, um enunciado de condições para a paz, tendo nesse dia entrado em vigor o acordo firmado entre os Aliados e a Alemanha derrotada.
A 28 Junho 1919 é assinado em Versalhes, entre as potências Aliadas e a Alemanha, o Tratado de Paz que põe fim à Primeira Guerra Mundial.

** aspectos do Mercado do Quinaxixi **


[continua]