sábado, 10 de abril de 2010

 

No Palco com ... [ I ]


Tratando-se este blog de um espaço no qual procuro contar estórias, situações, acontecimentos e revisitar lugares de vivências directamente vividas e/ou partilhadas, irei através de temas que terão como titulo “No palco com …” relembrar alguns cantores e grupos que abrilhantavam os programas Cazumbi, no Miramar; Chá das 6, no Restauração; Parada da Alegria, no Colonial; Passatempo, nos SMAE; no África Cine e no Kipaka.
Foram programas e cinemas que fizeram parte daquela realidade colectiva luandense, que nos fizeram vibrar com a intensidade do viver cada um daqueles momentos no “Outro Lado do Tempo”.

** Mosaico de Luanda **


Não farei comentários de ordem alguma sobre os cantores ou grupos que possa trazer ao “No Palco com …”. Todos foram óptimos, todos foram profissionais nos momentos de entretenimento que nos proporcionaram, cada um dentro do seu género musical e nas suas várias formas de interpretação.
Que cada um dos leitores e conhecedores daquela realidade se recoste e deixe a sua memória visual viajar para esses momentos nostálgicos de um passado que viveu, de um passado que fez parte do seu crescer na diversidade das vivências que Luanda lhe possa ter proporcionado.

O tema de hoje, o primeiro, tem por finalidade recordar o nome, o rosto e a voz de uma cantora de vasta referência nos círculos e circuitos musicais.
Brilhou no Cazumbi, no Chá das Seis, na Parada da Alegria e noutros inúmeros programas e espectáculos em Luanda e por toda a Angola, assim como no chamado continente/metrópole.
E, por coincidência, também chegou a viver no “meu Bairro de S.Paulo”.

 
***** ONDINA TEIXEIRA *****

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** Ondina Teixeira – Canção do Subúrbio **


Eleutério Sanches, Minah Jardim, Lili Tchiumba, Elias Diá Kimuezo, Vum Vum, Minguito, Sara Chaves, Carlos Lamartine, Zé do Pau, Vasco Rafael, Fernanda Ferreirinha, Sabu, Alex, Urbano de Castro, Bana, Alba Clington, Os Jovens, Os Gansos, N’gola Ritmos, Os Kiezos, N’Goma Jazz, Conjunto Merengue, Águias Reais, Jovens do Prenda, The Five Kings, Os Brucutus e Os Rocks foram, de entre tantos, cantores e grupos que animaram aquelas tardes e noites da nossas vidas.

** 1973/Lobito. Ondina no Cine Esplanada Flamingo actuando no Festival dos Vestidos de Chita **


Alice Cruz, Artur Peres, Ruth Soares, Luiz Montez, Santos e Sousa, Rui Urbano e Fernanda Ferreirinha, eram os locutores/apresentadores que davam voz a todos quantos pisaram aqueles palcos das luzes da ribalta. A orquestra Casal Ribeiro penso que seria a orquestra residente, se não de todos, pelo menos da maioria desses programas.

** Presença de Ondina no Restauração em alguns dos programas “Chá das 6” **


Através dos momentos de percursos feitos farei os possíveis para colocar imagens de alguns dos muitos cantores, grupos e apresentadores que preencheram alguns dos bons anos da nossa meninice/adolescência/juventude, onde a “fantasia” e também a inocência imperavam nos comportamentos e nos olhares de quem via um país para além do horizonte que delimitava o alcance da nossa vista, mas não da nossa visão.

** 1973. Ondina actuando na Festa do Rádio Clube do Lobito **


Como não me será possível nos temas dar sempre voz às canções e musicas interpretadas por alguns dos cantores e grupos que entenda relembrar, por não os possuir, continuarei a colocar como fundo musical as canções daquela época que ainda hoje fazem parte da minha biblioteca musical.
Recordarei também os primeiros passos que dei para ter a “coragem” de querer pisar aqueles palcos, através de participações tidas nos vários concursos. Ao ter estado neles estive “No Palco com…” muitos dos cantores e grupos cujos nomes relembro, assim como com outros que não me vêm à memória. Também já lá vão mais de 40 anos e muita água passou por debaixo das muitas pontes da minha vida.

O trabalho a que me proponho será um misto de saudade, de relembrares e de nostalgia daqueles tempos que vivi e deixei de viver, que outros/vós também viveram e nunca mais os viverão. Será um percurso saudável, sem saudosismos exacerbados ou qualquer outro tipo de estigmas.

 


Saudações e Inté



Comments:
Olá!
Té quenfim meu irmão d'Angola! Já não tew vejo há um ror de tempo, temos tanto para falar e...ou é verão e trabalho a mais ou é Inverno e não dá tempo! Arranja lá um cadito e reunimo-nos onde der...
Até lá...fui a muitos cazumbis, chá das seis, aos SMAE com a Landa e D. Lina, que saudade daqueles tempos! enfim..o tempo passa e nós vamos indo.
Beijinho e abraço apertadinho desganar, da garota de S. Paulo
 
Olá Garota de S.Paulo,

penso que ao longo dos muitos anos que esses programas existiram uma boa parte de todos nós os vimos.
Fizeram parte da vida de Luanda e espalharam-se por ela para que todos quantos quisessem os pudessem ver. Não esquecer que o Cine N´Gola e o Cine África estavam implantados em zonas geográficas densamente habitadas, precisamente para que todos tivessem acesso aos programas como espectadores, pelo menos.
Apreciei teres vindo até este meu espaço.
Tudo de bom para todos,
 
Que posso eu dizer com esta supresa...e ainda por cima fotos de uma Plateia de l965....

Mas que surpresa boa meu Deus...que eu sou sei dizer MUITO OBRIGADA...pelo carinho sempre dispensada por todos os que re recordam de mim....e em especial a quem não o deixa esquecer....como este exemplo...

Mil beijos a todos....não sabem como me fazer feliz.

Ondina Teixeira
 
Olá Ondina,

Surpreso fiquei eu por a vêr por este meu canto e deixar o seu testemunho no tema.

É sempre agradavel verificar deste lado que alguém deixou a sua "marca" com uma intervenção sobre o que leu e, no presente caso, da própria e autêntica personagem a quem o tema de abertura foi dedicado.

Um bem haja e muitas Felicidades.
 
Continuo a dizer Obrigada...


Eu gostava de sabe quem ainda tem Plateias desse tempo--é que eu não tenho...muitas dela...acho que esta nem tenho.

E era rara a semana que aqui (Portugal) não saía uma reportagem comigo..tanto plateia..Flama..Crónica feminina (aonde eu fiz várias fotonovelas...Colecção Cinema...., isto em 65...foi um ano em cheio..e eu muita dessas coisas foram-se perdendo com as viagens..mudanças.

Que bom recordar..é viver...e eu tenho palavras para agradecer?

Bjos

Ondina
 
Olá Ondina

No último parágrafo da sua intervenção fez a perfeita interpretação do meu "Reviver Estórias" ou seja ... recordar é viver...
E é através desse meu reviver que eu revivo tudo quanto escrevo pois, apesar de no momento ter mais tempo de "cá" do que de "lá" é a ela que me encontro sentimentalmente ligado.
Assim compreendo e aceito o seu obrigado pelo conteúdo deste tema directamente a si evocado e que naturalmente lhe fez "despertar" todas as emoções dos tempos vividos no "Outro Lado do Tempo". Todos gostamos de revisitar os nossos albuns e dar a conhecer aos nossos filhos, familiares e amigos os primeiros passos de cada momento da nossa vida.
Essa é a virtude a que procuro conduzir este meu espaço.
Quanto às revistas farei as diligências necessárias, junto das pessoas certas, para procurar saber algo sobre a existência das mesmas e que naturalmente lhe digam respeito.

Um até sempre
 
Olá mano

Um recordar de nomes da canção, da rádio, do entretenimento que marcaram a nossa vivência nessa terra do outro lado do tempo.

Lembro-me também da cantora Conchinha de Mascarenhas, o saudoso locutor Sebastião Coelho no seu "Café da Noite, boa música em boa companhia", slogan que utilizo nos meus musicais e que me fazia companhia quando em nossa casa ficava estudando e ouvindo rádio até às tantas da manhã.

Como abertura um nome que é e será sempre recordado com saudade dos palcos de Angola, Ondina Teixeira.

Um belo tema, bem elaborado como é afinal apanágio de todos os teus temas.

Abraços!
 
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Olá mano,

Como bem o sabes este é o meu album de recordações das vidas vividas e sentidas naquelas longinquas paragens.

Conchita de Mascarenhas, para além de cançonetista era também locutora, assim como o eram Artur Peres, Cremilda de Figueiredo, Alice Cruz e Rui Romano entre tantos.
Não esquecer que Maria Diná fazia par com Sebastião Coelho no deles/nosso "Café da Noite" - Boa Noite em Boa Companhia, como bem o lembras, e que tanto êxito alcançou.

Esses locutores/apresentadores fizeram parte do nosso crescer naquela "provincia" catorze vezes e meia maior que o chamado país colonizador.
Neste último contexto eu, tu, a nossa familia e cerca de 600 mil portugueses que lá viviam também teremos sido colonizados pelos governantes de outrora deste país à beira-mar plantado.

E deste facto real não reza a história.

Um abração
 
Olá Leo, boa noite. Estas passagens que transcreves para a tua página e que eu leio, são temas que no meu passado, muitas vezes me passaram ao lado. Sim ouvia, ouvia música, mas sou-te sincero, e desculpa a minha franqueza, não pertenciam ao meu imaginário de adolescente. Agradeço-te, porque agora dou o devido valor. Ainda bem que existem pessoas como tu, para redescobrir o meu passado que infelizmente não dei a devida atenção. Estes pormenores, desde que entrei na tua página, deram uma outra visão da minha Luanda desse tempo. Obrigada Leo. Não obrigas a ninguém a ler e se lêem, tens mérito. Um abraço.
 
Olá Edu,

Apesar do espaço geográfico ter sido o mesmo (Luanda), cada um de nós viveu o seu tempo de acordo com a sua própria forma de o querer viver.
Por certo terás situações que se as contasses me teriam passado ao lado e hoje seria eu a perguntar-me porque é que as deixei passar.
Por exemplo, apesar de ter entrada à "borlex" nos circuitos automobilisticos e de também ter ido ver corridas ao autódromo de Luanda, que se situava em Belas, nunca fui um amante das provas automobilisticas, mas ia, estava
lá.
Era a minha forma de viver os acontecimentos, mesmo podendo "nada" me dizerem. Mas se podia estar presente, porque não estar!?
Quanto à franqueza regista que estás é a ser franco e honesto contigo, e isso eleva-te.

Um abraço
 
Eu só queria fazer um breve comentário para dizer que eu estou feliz por ter encontrado o seu blog. Graças
 
Agradeço a sua intervenção mesmo sendo breve, como refere. Mas o importante não é ser breve ou longo. O importante é o alcance que este meu blog procura ter e vai-o conseguindo, pelo menos para mim.
Gratificante seria sabermos qual a sua identidade, pois a mesma poderia eventualmente levar a possiveis reencontros de amigos de tempos idos e até ao momento ainda não encontrados.

Saudações
 
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