quarta-feira, 1 de setembro de 2010

 

No Palco com … [ II ]


Este tema é Dedicado ao meu Mano Alfa

**** Hoje Comemora Mais Um Aniversário ****


                           


Em principio o titulo talvez devesse ser “Parabéns Mano Alfa”.
Mas entendi que o tema deveria transmitir algo do passado que o “Reviver Estórias” procura relembrar, recordar, corporizando através da escrita momentos que em comum possamos ter tido. E alguns momentos que em comum tivemos foi o termos pisado os palcos através da participação nos concursos do Chá da 6, da Parada da Alegria e nos SMAE.
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Assim Mano Alfa e com um Grande Abraço de Felicitações por Mais Um Aniversário este tema tem como fundo musical uma das canções que cantaste na Parada da Alegria//Cine Colonial, no concurso “tem um minuto para mostrar o que vale”, e que bem soubeste interpretar. Na minha opinião talvez tenha sido a tua melhor actuação e interpretação em palco, pois até em italiano cantaste. Foi o

""O Mio Signore de Edoardo Vianello""


Para além de seres uma das duas aves que “traiu” o covil dos leões (a outra ave é o mano Mário), foste um que do quarteto saído de Portugal em Fev./1962 atravessou o Oceano Atlântico rumo a Angola/Luanda. O quarteto de irmãos eras tu com 7 anos (o mais novo), mano Mário com 9 anos, eu com 11 anos e a mana São com 15 anos. Entregues a nós próprios o trio de rapazes (nós), já que a mana pertencia a outra galáxia dentro do navio, tomamos de “assalto” o velhinho e cansado Quanza e fizemo-lo "nosso"



Foram 12/13 dias de rédea solta, de aventuras e de descobertas que nem os “cinco da escritora Enid Blyton” alguma vez tiveram, pois eles eram ficção e nós realidade. Todas essas aventuras que vivemos desde a saída da nossa terra, passando por Lisboa e chegada a Luanda, escreverei um dia temas dedicados a essa nossa epopeia.
Também na J.O.C. andaste e como os outros teus irmãos em oficinas trabalhaste. Em tempo devido tivemos a mesma profissão e trabalhamos, embora nunca juntos, em algumas dessas mesmas oficinas.
Foste um dos "McGregor" [nome de clã a nós (irmãos) atribuído pelo Telmo do Bar Cravo]. Dos "McGregor", para além de nós os dois e do mano Mário, também a mana Faty integrava, de vez em quando, o clã. O mano Tony, por ser bastante novo, nunca fez parte da "tribo".

** Em pose artistica com mana Faty no jardim do aeroporto de Luanda **


Fizeste parte dos boys do Bairro de S.Paulo (tu, eu, Mário e Tonito) que acompanhavam as garinas da Textang/Boavista (Lete, Irene, Lili e Branquinha), e foste o que comigo ficou como os últimos resistentes desses boys. Depois fiquei apenas eu quando tiveste o teu problema de saúde.
Eras o “nosso” cientista caseiro, com descobertas e criações que só tu poderias imaginar. Fazias rir toda a família com as tuas piadas e cenas “malucas” e ainda nos riamos mais quando perguntavas porque é que estávamos a rir. Nesse aspecto eras totalmente desconcertante, pois nunca conseguíamos adivinhar ou calcular o que de novo nos dirias ou trarias para invenção.
Juntos andamos na Textang, no Iate, no Transmontano e tantos outros locais. Tivemos saídas bem divertidas e melhor acompanhados no meu Morris Mini Cooper, de boas recordações. Um facto comum foi o de termos sido os únicos irmãos que não estivemos no casamento um do outro, por estarmos nas datas em continentes diferentes. Mas estivemos nos dos nossos irmãos.
Ao longo dos anos no “Outro Lado do Tempo” tivemos outras situações comuns, vivemos momentos em certa medida quase idênticos, partilhamos confidências e perspectivamos outros futuros. Tudo isso foi vivido, partilhado e perspectivado por sermos irmãos.

Pisamos, como no inicio refiro, algumas vezes os mesmos palcos; Restauração (Chá das 6), Colonial (Parada da Alegria) e SMAE (Passatempo). Outras vezes eras apenas tu que subias os degraus que te conduziam aos palcos e enfrentavas corajosamente o microfone, os apresentadores e as plateias estridentes nos aplausos e nos apupos. Fazias tudo isso por diversão, pelo prazer de estares onde centenas de jovens gostariam de estar, de terem tido essa coragem. Mas não a tinham, mas tu sempre soubeste ultrapassar esses receios e nervosismos iniciais. Mas ambos sabemos que isso não era tarefa fácil.

** numa praia ao Km 17 (Anjo) da estrada para a Barra do Quanza, em grande estilo de cantor **


E foi em homenagem a essa tua forma de estar e da coragem tida que decidi intitular o tema de “No Palco com …”, pois foi um prazer e satisfação ter estado a teu lado nalguns desses teus momentos de cançonetista, quando procuravas ser a estrela de um desses concursos.
Neste teu dia estarei geograficamente distante, mas Sabes que Estou Sempre Presente.
Brindo por estares a cumprir com Saúde e Confiança mais uma Etapa da Tua Vida.

PARABENS, MANO ALFA



Comments:
Parabéns, Parabéns a ti que estreitei ao peito ainda há dias lá na nossa festarola na Árvore, almoçamos juntos com o Leão verde e Glorinha, mas que maravilha de tarde tão bem passada...
Foi pena saber a pouco.

Da foto do Alfa em novo, parece lembrar que o conheci, talvez mais novo, claro, mas a cara dele não me é estranha.

Agora no Cine Colonial era quase sempre festa aos Domingos entre os 14 e 15 anos com a Landa, o Restauração e os SMAE era tantas vezes, os SMAE com a Landa ou pela mão da D. Lina vossa vizinha e mais tarde minha também. mais a Tina a mulher do Chico, ah, tanta gente que temos em comum na saudade que acontece a todo o momento.

Alfa, nem sei porque tens esta alcunha mas decerto eras mais o navegante de uma Alfa estelar, segundo o mano leão, inventavas cada uma...

Feliz dia e felizes dias a vida te proporcione.
Aquele apertadinho abraço da laura
 
Olá Mano

Como não podia deixar de ser, estava presente quando o mano Alfa subiu ao palco do Colonial (coisa que nunca fiz) e cantou este «Ó Mio Signore".

Para já uma curiosidade, descobri esta canção relativamente há pouco tempo na net. Quando a ouvi lembrei-me logo do mano Alfa, pois como bem o dizes, foi um sucesso, até italiano o mano já "arranhava". :))))

Como bem o dizes, o mano era o cientista dos "McGregor". A bateria do "nosso conjunto", a caixa para os filmes que não eram mais que recortes da banda desenhada ou restos de fitas que íamos buscar às barrocas do Miramar, tudo isso tinha a chancela Alfa.

No Quanza foi um fartote pelos caminhos nunca dantes desbravados por crianças como nós, que o éramos na altura e depois, mais "velhinhos", as idas até ao Cinema Tropical para as matinés dançantes com o grupo de garinas referido.

Hoje o mano faz mais um ano. Para ele vai aquele grande abraço de PARABÉNS e conte muitos mais em saúde e sempre com o sentido de humor que o caracterizava, nós que ríamos que nem uns perdidos e ele sempre na "boa".

Abraços também para ti pela lembrança, pois se há gente no palco que faz todo o sentido de aqui estar são todos aqueles que sem sendo cantores tinham a "ousadia" de o pisarem, como tu também o fizeste, para num minuto mostrarem aquilo que valiam.
 
Olá Garota de S. Paulo

em nome de meu irmão Alfa que, como bem o dizes, conheceste em Agosto p.p., agradeço os Parabens que lhe endereças.

Quanto ao pensares que o podes ter conhecido é natural que sim, dado que algumas pessoas eram comuns. Ele também ia de quando em quando à casa da D.Tina e Lina quando minha irmã lá andava na costura e seria natural que nalgumas dessas visitas desses por ele.
Como também era um frequentador do Supremo, devido a uma garina que lá trabalhava e como tu vivias bem perto, ainda mais razões haveriam para o teres conhecido.

A razão de o tratarmos por Alfa tem a ver com a primeira letra do nome dele e como a primeira letra do alfabeto grego tem essa denominação de "alfa" ficou assim "baptizado" até aos dias de hoje. Mas apenas para os irmãos e uns poucos privilegiados.

Tudo de Bom e Felicidades

Abraço de Leão Verde
 
Olá mano Marius70

Sobre o mano Alfa é o que tudo nós sabemos por sermos irmãos.

Desde o cientista de ideias "loucas" (mas não eram assim os cientistas?!) até a intitular-se o "Carlos Rocha" das grandes lutas livres que faziamos nas camas, passando pelo "cantor", humorista e muito mais, assim era o nosso mano naqueles idos tempos da nossa meninice no "Outro Lado do Tempo".

Hoje olhamos e recordamos esse tempo de todos nós e encontramos muitos acontecimentos e vivencias boas, dentro do espaço de tempo que tinhamos.
E penso que é sempre bom partilhá-los com quem possa ler este blog, pois nada tiveram de indignificantes.

Um abração
 
É Impressionante!!! (ou não!) foi no mesmo "vapor" que fui para Luanda, onde desembarquei em 16 de Maio de 1956, também tendo embarcado em Lisboa... Também fiz a viagem sozinha dado que meu irmão adoeceu (aliás já embarcou com febre)com sarampo e ele e minha mãe ficaram de quarentena na enfermaria do navio e eu, apenas com 7 anos de idade, fiz a viagem toda (durou 16 dias) sozinha, por minha conta e risco... e as peripécias foram mais que muitas!!! Talvez um dia conte, porque tenho tudo muito presente na memória.
Se eu soubesse manejar esta geringonça abria também um blog, pois tambbém tenho vicissitudes várias e sui generis que valeria a pena descrever, mas só palavras seria muito monótono e não sei preencher outros espaços... logo, fico-me pela intenção!
E vou-me regalando com a sua escrita e toda a parafrenália de canções, fotografias, e outras artes que aqui vou apreciando, com uma pontinha de inveja...
Bem Haja pela sua atenção e carinho.
Beijinhos e um xi-coração muito apertado
Célia Cunha
 
Leo, não tenho tido muito tempo, mas por vezes venho visitar-te. Um pouco fora de tempo, mas não perco um unico tema. Um abraço Edu
 
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