terça-feira, 11 de novembro de 2008

 

Independência ... Foi há 33 Anos [ introdução ]


** Tchaikovsky – Music Lovers **


esta composição é o principal fundo musical do filme "Delírio de Amor", que vi em 1975 no Cinema Avis (depois da independência passou a chamar-se “Karl Marx”, onde começaram a passar filmes de indole revolucionária e independentista)



Confesso que pensei bastante antes de começar a escrever este Tema e inseri-lo neste meu blog “Reviver Estórias”.
Não por mim, pois não ando a “exorcizar fantasmas”, mas pela possibilidade de poder provocar algumas reacções de “feridas mal curadas”; de passados estes anos “ajudar” algum leitor a “destilar” disparates sobre este período menos nobre da longa história de Portugal; de poder fazer despertar lembranças mal esquecidas.

Mas a história não é para ficar nas gavetas do esquecimento, pelo menos quando ela continua a ser muito mal contada, quando se pretende “branquear” e não querer dar a conhecer o que realmente aconteceu e que NÃO era para acontecer. E por circunstancialismos que a geração nascida nos anos 40 e 50 NUNCA irá saber, aconteceu.
É que tenho para mim, e comigo há-de morrer, a forte convicção que a verdadeira razão e os objectivos do 25 de Abril não foram os que nos impingiram no imediato e nos anos subsequentes, mas sim os que JAMAIS nesta geração serão contados.

Terá que ser uma nova geração de investigadores da recente história contemporânea de Portugal, quando tiver acesso à diversa documentação oculta (se ainda existir) que irá escrever a verdadeira história, que irá desmontar a fraude do encaminhamento que foi dado à famosa “coluna da revolta dos capitães milicianos nas Caldas da Raínha em Março 1974”.
Quando essa revelação acontecer já não haverá ninguém vivo para ser julgado. Mas far-se-á história. Pelo menos esse será o meu desejo, mesmo que "cá já não esteja".

Assim, dentro deste contexto de ideias, de pensamento, e depois de ver lançamentos recentes sobre Angola, tais como “O Ultimo Ano em Luanda”, “Os Retornados”, "Angola - O Último Café", e outros, penso que tenho a bastante legitimidade, como testemunha ocular, de procurar transmitir um pouco do que vi, senti e vivi desde a entrada dos movimentos em Luanda, até ao dia 11 de Novembro de 1975.
Tanto mais que, a exemplo de muitos portugueses, lá fiquei, passei a independência, até ser EXPULSO em Novembro de 1977.
Facto este que também fará parte de um tema deste meu “Reviver Estórias”.

Será um resumo o mais sucinto possível, apenas algumas pinceladas, pois de uma ou outra forma sabe-se como foi, o que aconteceu.
Se fosse meu entendimento escalpelizar tudo, escreveria um livro.
E memória de todos esses momentos, de todas essas situações, tenho-a eu.
Este tema, mesmo resumido é de certa forma longo, e por esse motivo será apresentado em várias partes para não se tornar maçudo, maçador, tendo em atenção que a maioria dos leitores dos blogs não têm "pachorra" para temas deste género. Apreciam temas mais ligeiros, mais "leves", menos pensantes.

Como nota final refiro que este tema vai estar aberto na sua ultima parte a quem entenda tecer algum comentário.
Mas terão que ser comentários que não firam a sensibilidade, a susceptibilidade, a honradez sobre os factos históricos ocorridos, mesmo que no tema possam não estar mencionados, e obviamente sobre o autor, sob pena de não virem a ser publicados, pois não pretendo que essa seja a linha de orientação para este Tema do "Reviver Estórias".

Este tema, em todas as suas partes, foi hoje publicado para lembrar que
ANGOLA tornou-se Independente há 33 anos

[ continua ]