O Autor em 1973 Nome Leão Verde Localização Norte de Portugal Ver o meu perfil completo Música Angolana
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Amor Perdido «» [ o Fim ]O nosso reencontro foi o que teria que ser. Falamos de coisas tão loucas, tão descontroladas, sem nexo algum. Eu continuava a não me reconhecer. Por fim em silêncio os nossos lábios se uniram e ela aprendeu a amar. Essa noite, contrariando a “imposição” da tia, saímos. Admirei a rebeldia dela para com a tia, confrontando-a com o seu estatuto de namorada. Para uma miúda de 17 anos, vinda do interior, sem experiência de vida citadina, foi arriscar, foi "queimar" o fio. Portou-se como uma verdadeira leoa. No Domingo, dia 12 de Novembro, cerca das 21H00, dei entrada no R.I.20 e dirigi-me à enfermaria, onde tinha “sempre estado”. Na entrada da porta de armas não tive problemas, pois tinha tudo bem esquematizado. Na enfermaria tive uma desagradável surpresa. A minha ausência tinha sido notada e só esperavam o meu regresso para registo do tempo de ausência não autorizada, a fim de posteriormente ser-me aplicado o R.D.M. nas normas infringidas. Tinha sucedido que o sargento enfermeiro não tinha ido com a minha cara de "doente febril", terá percebido da "marosca" e no Sábado a meio da tarde foi de propósito ao regimento e à enfermaria e comprovou a sua certeza. Fui dado como tendo estado em ausência ilegítima entre as 17H de Sábado e as 21H15 de Domingo. Passei a noite na enfermaria, de manhã fui conduzido até ao oficial de dia, a ocorrência foi registada e depois fui até ao Grafanil para cumprimento da tarefa de que tinha sido incumbido. O oficial disse-me que só depois de instaurado o processo e após os vários procedimentos e intervenções superiores é que sairia a aplicação da pena a cumprir. E isso ainda iria demorar uns tempos. Parti no M.V.L. seguinte e fixei-me em Tomboco cerca de dois/três meses a fim de instalar e efectuar as diversas experiências com o novo aparelho de transmissões e dar uma espécie de “formação” sobre alguns procedimentos a ter com os equipamentos. O batalhão que lá estava era de origem madeirense, embora com algumas companhias continentais nele incorporadas. O tempo passou e o amor e a loucura se reforçaram, se solidificaram. Quando chegava a hora de dizer-lhe adeus nos meus braços ficava mais uns instantes e nossos corpos se fundiam num corpo só. A menina da savana estava a dar lugar a uma bela e amorosa mulher. Levava a saudade da felicidade que ela me proporcionava e dentro do meu coração a sua imagem comigo ia. Lembro-me bem de algumas vezes minha mãe me dizer ...parece que nunca viste uma rapariga. Estás sempre “grudado” à moça, nem a deixas respirar. Um dia destes ainda te manda “passear” de tão “peganhento” que és. Larga a miúda, dar-lhe largueza... E eu sorria sem perceber porque é que minha mãe não percebia que tal largueza não era possível já que raramente estávamos juntos. E os poucos momentos que tínhamos tinham que ser vividos com a maior intensidade possível. Decorria já o ano de 1973 quando, no dia 28 de Abril de 1973, saiu o castigo; »»dois dias de prisão disciplinar agravada««. Como o tempo de comissão em Zau-Évua tinha terminado nada melhor que me mandarem para a Muxima, onde estive de Abril a Outubro desse mesmo ano. Não estive preso pois fazia falta ao exército e Muxima era por si uma meia prisão. Em Maio de 1974 fui amnistiado. Assim termino este meu longo tema dedicado ao que terá sido o meu “Amor Perdido”. Um dia, entre Abril e Maio/73, numa saída da Muxima a Luanda (aqui não era preciso "desenfiar-me"), não a encontrei. Procurei saber dela, o que tinha acontecido, para onde tinha ido, mas não obtive respostas. NINGUÉM me soube dizer coisa alguma. Nem a tia, porque não quis, nem meus irmãos, porque não sabiam, nem nenhum dos vizinhos. Tínhamo-nos conhecido em Setembro de 1972. Como se magia tivesse acontecido desapareceu da minha vida, da minha existência, da minha visão, do meu espaço. Para sempre. Nunca mais a vi. Nunca mais dela soube coisa alguma. Apenas sei que fiquei só, amargurado por não obter respostas às perguntas feitas, perplexo por terem criado à minha volta um buraco negro do universo vazio, do desconhecimento, sem que eu soubesse qual a razão de para ele me terem atirado. Nem a Senhora da Muxima acalmou a minha sentida dor, o turbilhão dos sentimentos dilacerados, o choque emocional, o destroçar do meu interior, a minha angustia. Até ao fim da minha comissão na Muxima nunca mais fui a Luanda, ali, tão perto. Razão pela qual refiro que houve um final que não foi fim, nem um até já, nem um adeus. Por tudo quanto aconteceu e sucedeu esta foi a mais desconcertante, estranha e complexa história de amor que jamais tive. Pela forma como começou, da forma como não terminou. Não me disse adeus, quem sabe, talvez um dia eu saiba porquê. Saudações e Inté
Comments:
Migo, é sempre assim, e é por isso que temos sempre aquela saudade grudada na alma a doer a doer. Ah, porque a vida tem destas tristezas da alma, porque quando somos jovens e pensamos que vamos ser felizes para toda a vida, acabamos assim!...
Foi a guerra, foi pena não ter deixado uma morada, podia ser aquele o tal do amor para toda a vida! Resta-te viver no sonho no sonho que começou e acabou na ternura que viveste nos beijos de amor que recebeste! E que tal se a procurares? que importa que esteja casada, feliz ou infeliz, importa que seria lindo poderem conversar e lembrar momentos de ternura, momentos em que o amor vivia nos vossos corações! É muito linda, e não me lembro dela, e se a conhecesse, lembrava-me Aquele nosso abraço de sempre, da garota de S. Paulo.
Olá Garota de S. Paulo,
São muitos os percursos de vida que cada um tem. No amor, no trabalho, nas amizades, na vida estudantil e por aí fora. Uns resultam e mantêm-se ao longo dos anos, outros vão-se diluindo ao longo dos tempos, outros desaparecem mas ficam, eternamente. Nós, os do "Outro Lado do Tempo", somos casos bem particulares pois os caminhos de cada um foram talhados pelas circunstâncias ocorridas. As pessoas dispersaram-se sem, na grande maioria dos casos, terem tido tempo para dizer que já não iriam estar no dia seguinte, nem sequer saberiam eles próprios para onde poderiam ir. Essa é uma das muitas razões que ainda hoje procuramos amigos de infância, de adolescência, da juventude. Pelo que leste, pelo que escrevi, ela foi um caso bem particular na m/vida. Por isso continua em mim, nas minhas memórias, nas minhas perplexidades do tal Porquê! Dela não te lembras nem a conheceste. Pois se a tivesses conhecido, dela ter-te-ías lembrado. Não é o facto de ela poder ser ou não casada que me impede de a poder procurar, pois também sou casado e não tenho nenhum problema sobre isso, nem estarei a atraiçoar alguém, mesmo em pensamento. A questão é, melhor, será, onde e como a procurar se pura e simplesmente "desapareceu" acerca de 36 anos. Agradeço a tua intervenção e de mim já sabes, aquele abração de levantar. Leão Verde
É isso, por acaso parece que a conheço, fico a olhar a foto, aqueles olhos meigos, mas não me vem à lembrança mais nada!
Seria lindo e maravilhoso se o acaso mais uma vez vos pusesse frente a frente, ah, adoraria assistir de longe para não perturbar a alegria dos dois! Há amigos que podem saber! e que tal um video com as fotos no you tube? ah, que amor lindo, como a gente ainda lembra aquele sentimento maravilhoso que nos fazia ver o mundo tão bonito! Pois não, não é trair, não tem nada a ver, vale mais a alegria desse momento! Se ainda houvesse o programa do Henrique Mendes, quem sabe, já estava! Sabes que mais? Fico a torcer para que aconteça! Beijinho para ti e um abraço daqueles de'sganar, ah, vai treinando eu sirvo de levanta pesos ehhhhhh! Adoro-te Leão, e lembro-te na D. Lina a falar com o seu Zé!, é dali que te lembro mais... Era linda a nossa cidade quando se podia amar pura e livremente como as águas do mar! Mas haverá sempre quem o amor queira deturpar e nos neguem o direito de amar! Quem da nossa geração não se sentiu oprimido por ter de ir pedir a mão de quem morava no nosso coração! Eles eram as tias os pais ou quem fosse assim perdi um grande amor que os pais não queriam que fosse! Era tão menina quinze anos somente sabemos nós como dói quando a alma o amor sente! O encontro era a caminho da padaria junto à velha árvore que na sua sombra nos acolhia e como revivo esse amor que sentia! De olhos baixos envergonhada ou com a sua mão na minha céus, como o meu coração batia e todo o meu ser, levitava! Nem me alongo, seria interminável a lista dos amores queridos, sonhados, desejados. fará parte da lista do que a vida nos tinha reservado! Beijo..e gostei de ler esta bela prosa. E porque não andará um dos meus amores à minha procura!... mas que vida!
Uma nostágica história de amor que nos enleva a alma e faz retroceder no tempo em busca das nossas memórias!!!Todos nós, da nossa geração temos histórias semelhantes, frustrações e desenganos... Pior é quando se carrega um fardo de uma vida de desamor, de vivências paralelas e tão distantes que se mantêm unidas por convenções sociais, por questões económica e também familiares, religiosas... é só tabus: certa está a gente de agora que vão à luta em busca de vida, de melhor aproveitar o pouco tempo que por aqui andamos. E dos fracos, não reza a história...
Linda é também a canção, onde se exprime todo o sentir... já não há melodias nem canções assim: doridas, sofridas e que nos envolvem numa nostalgia infinita, que quase com mazoquismo se ouve repetidamente... Uma alma assim sensível, só pode ser de uma alma nobre. Beijos para si, Leão verde, com muito carinho Célia Cunha
Olá Célia,
conforme já escrevi a vida é feita de muitas estradas, cada uma diferente da anterior, pois, se assim não fosse, todos nós conheceríamos uma unica estrada e aí as coisas seriam muito mais confusas e distorcidas. E a história da estrada daquele meu momento de vida será quase igual a muitas outras vividas por outréns, conforme bem o refere. A nossa geração, a da idade da inocência, era uma geração de muitos amores, de muitas conquistas, de muitas e confusas contradições interiores. Mas no meio dessa "selva" aparecia a pura e genuina Jane e o caçador Tarzan sentia-se caçado, impotente para contrariar o novo estado de alma. E assim surgia o grande romance feito de muito amor e enlevo, de muitas ilusões e paixões. Este meu caso foi um amor em tempo de guerra. E a guerra venceu, mas não convenceu de que teria que ser assim. Por essa razão é que digo que não houve fim, pois nenhum de nós o disse, nenhum de nós o determinou. E eu só quero saber o porquê! E penso que o irei saber, bem breve, depois deste tema ter escrito. Que tudo de bom lhe aconteça, Leão Verde
Em 06-12-1988 escrevi:
S.O.S. Nascer e morrer sem ter vivido, Esquecida no querer do tempo perdido. Linhas traçadas, cruzadas, partidas De nenhum sentido na tela da vida. Ponte de passagem unindo margens Que sem se mover persegue miragens. Barco sem rumo num mar de tormentas Procura o Norte por entre existências. Puxa, repuxa seus cabelos desgrenhados O rosto crispado, olhos esbugalhados! Desespero desmedido por poucos sentido, Agarra-se à margem, ao ramo partido Na luta insana contra a corrente. Destroçada, prostrada, dormente, Desperta lentamente dessa letargia E ao romper da alva ganha energia! E cansada, ferida, ainda busca a luz Pela mão da esperança que a conduz! Por vezes ainda me sinto neste turbilhão, à procura de um outro eu perdido de mim... Pergunto-me: serei por demais exigente com a vida? Não: viver não pode ser só vegetar!!!!! Um abraço e grata pela compreensão Célia Cunha
Utilizando uma frase já "batida"... a vida é feita de encontros e desencontros...
O que eu sei é que em todas as coisas belas da vida existe magia. Pelos trilhos da vida encontramos pessoas que nos cativam de tal forma e despertam em nós sentimentos tão lindos e tão profundos que nos marcam para sempre. Como explicar o encanto que certas pessoas exerceram e continuam a exercer sobre nós? Como eu costumo dizer...nada acontece por acaso ... Mas porquê... uma melodia inacabada em nossas vidas? Beijinho
Olá Delta,
é com prazer que te "vejo" por este kimbo dos meus reviveres, das minhas estórias. Concordo plenamente com a reflexão que deixas, em toda a sua extensão. Mas a vida é por vezes feita de percursos e desvios que podem deixar bastantes interrogações, pelo menos quando não se sabe o porquê da bela e mágica melodia ter sido abruptamente interrompida. E como o poeta escreve e o cantor "grita" ... "não sei, por que te perdi, perdi" ... E eu não sei. Bjn
Olá Leão Verde,
em relação a este "amor perdido" acho que dava um livro lindo se continuasse escrevendo. Parabéns Inté
Pois é, Leo essa miúda que tanto te faz pensar todos estes anos, foi apenas uma relação perdida que um dia te ensinou o valor da paixão (juvenil), não do amor, esse tu encontraste mais tarde. Embora te pareça estranho, os caminhos que nos levam e não nos pareçam certos, são a auto estrada, para encontrar o nosso verdadeiro destino. Esquece amigo. A resposta já a tens, está mesmo ao teu lado. Abraço Leo.
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