O Autor em 1973 Nome Leão Verde Localização Norte de Portugal Ver o meu perfil completo Música Angolana
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Luanda // Nova Lisboa [ II/IV ]CHEGADA A NOVA LISBOA A dado momento verificamos que o Sol estava a desaparecer e um tempo acinzentado começava a aparecer. Algum frio começou a entrar por uma janela meio aberta do carro. A dita cuja foi fechada, mas o ar fresco ficou. Um de nós começou a resmungar qualquer coisa como … que merda de tempo é este! Então o tempo aqui é diferente do nosso [Luanda]?! Onde é que se meteu o Sol!! Começamos a “vêr” a coisa feia. Passamos por uma placa que dizia Alto Hama Após mais uns bons quilómetros chegamos a Nova Lisboa. Percorremos uma Avª que devia ser a principal, pela largura da mesma e por ser dividida em quase toda a extensão por um separador ajardinado. Passeios de árvores frondosas, prédios de agradável arquitectura e de altura razoável, outros em construção e hotéis. A cidade estava a começar a iluminar-se. Primeiro dilema … onde iríamos hospedar-nos para tomarmos um bom banho, mudarmos de roupa e devorarmos uma boa refeição. Depois a noite ver-se-ia como seria. Demos a volta no cimo da Avª. e paramos ao lado de um jardim onde se situava uma praça de táxis. Saímos para esticar as pernas, para ter o primeiro contacto físico com aquela cidade e naturalmente fazer as perguntas a um taxista. Ao sair do carro foi como se entrasse num frigorífico. O tempo não estava frio, era gelado. A primeira sensação foi de sufoco, a ideia seguinte foi a de entrar rapidamente no carro. Porra, mas de que país é esta cidade!. De Angola não é certamente, pois Luanda não é assim, "GRITEI" para dentro de mim. Os meus companheiros começavam a bater os dentes que nem castanholas. A tiritar perguntamos onde podíamos hospedar-nos pois éramos de Luanda, não conhecíamos nada e estávamos ali porque no dia seguinte iríamos apresentar-nos como recrutas. O taxista indicou-nos uma pensão que ficava do lado de lá do jardim, que era “simpática” no custo e em condições para o que pretendíamos. Para jantar referenciou-nos um restaurante também perto [não me lembro dos respectivos nomes], que não era caro para jovens como nós que deveríamos ter pouco para gastar. Agradecemos, entramos no carro a tiritar [lembrar que saímos de Luanda com camisas finas de manga curta e/ou t-shirts e NÃO tínhamos levado casacos ou outro qualquer tipo de agasalho] e Nova Lisboa estava a receber-nos glacialmente. Começamos a decidir para onde ir. Se para a pensão indicada ou se procuraríamos outro sitio. À nossa frente o reclamo do Hotel Ruacaná “piscava-nos” o olho.Não pensamos duas vezes. Iriamos para o Hotel Ruacaná. Sacos fora do carro e prontos para a “GRANDE ODISSEIA”, que nós ainda não sabíamos que iria acontecer. Entramos e dirigimo-nos à recepção. Do lado esquerdo da entrada já se viam mesas com hóspedes a serem cerimoniosamente atendidos. Empregados de calça e casaco escuros, camisa branca, gravata preta de nó fino, toalhete dobrado no braço, carrinhos metálicos num vaivém de comida, foi o que vislumbrei. Mandamo-nos os quatro para cima do balcão da recepção e dissemos que queríamos pernoitar. Quantos quartos pretendíamos … dois…, já furiosos pois o que na altura queríamos era um bom banho de água a escaldar para “derreter” o gelo dos corpos. Bilhetes de identidade para os devidos registos. Num quarto ficavam os irmãos e no outro eu e Carlos. Chaves nas mãos com a informação de onde ficavam os quartos e quando já nos aprontávamos para "abrir" pelo corredor, deu-se o “inicio da odisseia”… tínhamos que pagar no momento e libertar o quarto no dia seguinte até às 13H00, se bem me lembro. Se estávamos GELADOS então quando ouvimos o preço de cada quarto ENREGELAMOS totalmente. Até o pouco cabelo que ainda tínhamos [havíamos cortado em Luanda à maneira de cada um e não deixar que o fizessem no quartel pois o mais natural seria ser à máquina zero para o barbeiro não perder tempo] “cresceu”, enregelou e virou não "estalactites" mas sim "estalagmites", como que perfurando o nosso já cansado cérebro. Se os dentes batiam que nem castanholas devido ao frio, agora quase que pareciam martelos pneumáticos devido à super velocidade com que batiam ao ouvirmos o preço a pagar pelos quartos. Estarrecidos retiramo-nos para o lado e conferenciamos sobre quanto cada um tinha trazido. Contas feitas tínhamos dinheiro para os quartos e para mais alguma surpresa que aparecesse [ficamos logo a pensar quanto nos iria custar o jantar, assim como o almoço do dia seguinte]. Já estávamos arrependidos de não termos ido para a tal pensão indicada pelo taxista. nota:-Em relação à pensão foi onde ficaram meus pais e demais família quando estiveram em Abril no meu juramento de bandeira. O frio/gelo era tanto que a água enregelou nos canos tendo o proprietário que bater neles e aquecê-los para a água se descongelar. Pagou-se o valor dos quartos e aos gritos pelo corredor que nem malucos corremos para eles. Tomou-se um bom banho retemperador, vesti-me com camisa sobre uma t-shirt, o Carlos foi camisa sobre camisa, deixamos as luzes todas acesas, a água quente do banho a correr e saímos do quarto. A vingança serve-se fria, mas no nosso caso era quente e bem quente. Os manos apenas deixaram as luzes todas ligadas e ficaram fulos quando dissemos que além das luzes tínhamos deixado a água quente a correr. Ainda pensaram em voltar para trás, mas já estávamos na rua e achamos que não valia a pena. E lá fomos a caminho do tal restaurante indicado pelo taxista. Não arriscamos noutro não referenciado. [ continua ]
Comments:
Aqui neste teu tema há algo que ressalta pois ambos estivémos na mesma cidade no mesmo mês, Janeiro. Não me lembro de ter apanhado muito frio mas a minha memória quanto a isso é quase nula, embora na instrução sentisse bastante as agruras do tempo fresco, principalmente nos treinos nocturnos. Mas sei que dormia com meias.
:) Agora a peripécia passada no quarto do Ruacaná é delirante e tudo estava ao alcance de um click. :) Essa pensão, Pensão Mimo, (para além de um Hotel que creio que se chamava Avenida), foi o meu poiso sempre que ficava na cidade. Gostei! Os Bairros S. Pedro e S. Paulo eram bairros habituais para um pé de dança. Como e tempo de guerra não se limpam armas qualquer "pé" servia. :)))))))))) Abraços
Olá mano,
É mais uma realidade a juntar a muitas dos "gémeos" essa de tambem termos iniciado a vida militar no primeiro turno em Nova Lisboa :)) Quanto às situações passadas no quarto só eu sei quanto me ri quando ao escrever estava a relembrá-las, visualizando-as. Só mesmo de "anormais" conforme nos chamaram os manos.:)) Mas não estavamos habituados àquelas modernices, daí a barraca .-:))))) Se bem leste em Abril a água enregelou nos canos da tal pensão Mimo. Perante isso vê o que encontramos em Jan/Fev. E sabes que eu não fui nem sou de frios. E habituados que estavamos ao calor de Luanda, com Natal e passagens de ano na praia, aquela temperatura era de outro mundo :))) Abraço
olá leo, aqui estou de novo a honrar um pouco o teu espaço. Não conheci Nova Lisboa, o mais a sul que fui, foi à Cela. Nessa altura fazia bastante frio, mas era à noite. Foi bom ler esta passagem. Um abraço edu
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