terça-feira, 30 de dezembro de 2008

 

As Passagens de Ano no Outro Lado do Tempo


Hoje farei um percurso, mesmo que sucinto, por uma qualquer Passagem de Ano em Luanda. Poderei, num ou noutro caso, alargar a m/descrição por me ser particularmente emocional, mais envolvente à génese humana.
No fundo serei sempre o potencial protagonista do tema.
Aguardo que estas minhas memórias sejam acolhidas, lidas e entendidas como sendo as de um qualquer de vós. Sem preconceitos, sem malícias perniciosas.
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Porque o tempo está frio e a noite vai alta, nada melhor que começar a escrever o tema com aquecimento ao som bem ritmado dos Águias Reais, com a sua “Bazooka



Depois cada um escolherá o seu itinerário, dos muitos com que ilustro o tema.
Poderemos embalar por aí fora e acabar, pela manhã bem dentro, numa praia de areias aquecidas e águas tépidas. Ou então, alguém estar de tal forma bem "chupado" que nem uma grua conseguirá removê-lo do local onde tenha "aterrado".
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Regra geral as passagens de ano tipo família são passadas nos clubes recreativos e/ou desportivos, ou duas ou três famílias juntam-se na casa de uma delas, desde que tenha quintal para se montar a farta e comprida mesa e espaço para depois se dançar até o Sol raiar. Cada família leva o farnel (o que entenda), uma ou outra bebida das chamadas brancas, e a família anfitriã fornece as cervejas, vinhos ou refrigerantes, cujos custos são depois divididos por todos. Por vezes tal não acontece, pois só o prazer de receber e conviver faz com que o anfitrião não "ligue" a esse pormenor.

** convívio de passagem de ano de quatro famílias **


Também algumas discotecas, boites de hotéis, dancings e restaurantes se proporcionam para este tipo de iniciativas.
Nos musseques - e alguns deles bem conheço por os palmilhar e percorrer desde a infância até à idade adulta -, em recintos improvisados (na maioria dos casos), a passagem de ano também se faz ao som e ritmo das batucadas, do kissange, do gira-discos de discos de vinil que um ou outro mais privilegiado possui.
A bebida é de quase todo o género, desde o marufo [vinho de palma e tido como refresco se bebido quase de imediato à sua extracção, mas que após algumas horas de fermentação adquire um poder alcoólico acentuado], até ao kaporroto [uma espécie de aguardente caseira, mas péssima para a saúde, já que a sua fermentação é acelerada com a ajuda de pilhas eléctricas], passando pela Nocal, Cuca, ou pela recente (anos 70) EKA, ajuda a "esquecer" a "noite longínqua" e os sons saídos de gargantas em rostos que começam a estar toldados pelo alcool ecoam pela noite, entrando pela madrugada, como lamentos de um povo genuínamente à terra ligado. Depois lá vem a maka, a confusão, a policia e a esquadra.
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Assim, meus amigos, convido-os a percorrerem este meu itinerário, contado na primeira pessoa, e cada um fará a sua paragem no local onde estejam os seus familiares, os seus amigo(a)s, as suas memórias.
Que tal começar pelo Desportivo de São Paulo! Pois já lá estou dentro e no palco actua o Urbano de Castro com a canção “Mulata



Vejo o ambiente, converso um pouco com os amigos Fernando, Zé, Henrique, São, Filó, Elsa, Vitória e outro(a)s. Dou uma pestanita a uma garina que por lá anda, ela encolhe os ombros e olha-me por cima do ombro com desdém. Bebo uma Nocal e como o ambiente ainda não aqueceu (aquela canção não ajuda nada), dou meia volta e vou até à
Liga Africana (Vila Clotilde). Aqui o ambiente é um pouco mais snob, mais intelectual, de popular tem muito pouco, a música não me agrada e estou a caminho do
Grupo Desportivo da Terra Nova. Já vejo mais movimento, mais Zundapps, NSUs, Florets. Digo ao porteiro que apenas quero dar uma espreitada para ver o ambiente. Como sou já conhecido de outras andanças, deixa-me entrar mas adverte-me que se for para ficar terá que me cobrar o ingresso. Tranquilizo-o e vou até ao recinto de baile. O bar, que fica ao fundo da entrada do clube, está apinhado de jovens. A cerveja começa a rolar pelas gargantas, fala-se em tom alto.
Encontro um ou outro amigo, pergunto como estão as coisas e a resposta é … vê! Mando-os dar uma volta e no recinto já estão uns pares a dar ao corpo, mas nada de transpiração. Como habitualmente neste clube as garinas estão quase todas sentadas a um lado, no caso presente acompanhadas de pais e familiares, e do outro juntam-se aos magotes os boys a “filarem-nas”, mas sem avançarem. Tretas, penso eu. É só copos.
No palco e com boa pedalada, actua o conjunto Jovens do Prenda, com o ritmo de “África Merengue”.



Saio e começo a pensar que estou a ficar sem tempo para encontrar o meu local ideal. Mas como decidi que hoje, por enquanto, não farei escala em lugar algum, continuo e, sem dar por isso, eis-me a caminho do
Clube "Os Belenenses", na Samba.



Mal chegado e já escuto os sons de Bana e o Conj. Voz de Cabo Verde na coladera “Mexe mexe”.



No recinto, na cavaqueira, vejo o meu "velho" amigo Vasconcelos acompanhado da sua linda filha Esperança e mais uns amigos.
Percorro o olhar pelos presentes e reparo na garina mais IN da Samba, a Bia. Sorrio, cumprimento-a com o olhar, pois já está toda "enroscada" na passada da dança. Conheço muitas miúdas, mas nenhuma como a Bia. É simplesmente do outro mundo.
A Esperança lá se desenvencilha do pai e com aquele olhar de olhos verdes felinos, vem ao meu encontro.
Esperança é uma moça mestiça, das mulheres mais belas que até aí tinha conhecido.
Sabe do meu interesse pela Bia e faz-me uma marcação cerrada sempre que vou ao clube. Como geralmente vou pelo menos uma vez por semana, para a cavaqueira, para um jogo de cartas, e para fazer a "corte" à Bia, alguém lhe diz, aparece e não arreda pé. Gosta de mim, o "velho" Vasconcelos estima-me e aprova, mas eu não quero que ela se comprometa comigo. Pura e simplesmente eu sou um "animal livre" e ela não merece que a "aprisione". Por diversas vezes lhe disse isso mas ela sempre acredita que a qualquer momento eu me irei regenerar e quer ser ela a primeira a estar junto a mim nessa estabilização.
O olhar faísca por me ter visto sorrir e cumprimentar a que considera ser a sua "rival", enquanto que eu "quase" não tinha "dado" por ela. Obviamente faço o meu jogo.

Estou encostado ao balcão a servir-me de uma Nocal que alguém tinha mandado oferecer-me. Maliciosamente e agora com o olhar brilhante, limpido e de promessas sem fim, envolve-me com o seu corpo, o seu perfume, os seus odores de fêmea apaixonada.
Seus braços circundam minha cintura e seu corpo, bem encostado ao meu, convida-me para a dança. Resisto, pensando que a coladera de Bana estará no fim e será a minha "salvação". Sorrio, faço um compasso de espera, beijo-a na face ao de leve e oiço os últimos acordes do "Mexe mexe". E sem ter que me "mexer" senti-me "salvo" daquele "aperto", tendo em atenção que a Bia era o meu propósito.
Digo-lhe ao ouvido que não vou ficar pois tenho um trajecto determinado e quero-o cumprir (embora eu não soubesse qual). Vejo o seu sorriso luminoso de olhar gaiato a ficar triste, os seus braços a alargarem-se de meu corpo e um suspiro vindo das profundezas da alma a inundar o meu ser. Desejo-lhe um bom ano e saio perturbado do Clube "Os Belenenses".

Cá fora respiro com ansiedade. Fico com a quase certeza que em definitivo "matei" a esperança que a Esperança tinha em mim. Recobro o fôlego e momentaneamente sem saber para onde ir. Talvez para o Morro da Samba e ver bem mais de perto as estrelas que no firmamento brilham com intensidade. Talvez para a Corimba e ver o mar a lamber mansamente as areias da praia deserta.



Mas esta noite tenho uma missão, um itinerário, e ele ainda não está totalmente cumprido. Passo pela casa de fados "A Muxima", onde verifico que a passagem de ano já tinha acontecido pelos festejos e barulhos envolventes.
Acelero e eis-me no
Clube da Praia do Bispo. Aqui o ambiente está ao rubro.
Há largos minutos que se festeja a passagem de ano. Champanhe, serpentinas, apitos, abraços, gargalhadas e uma inconfundível alegria dão o mote ao acontecimento.
No palco, o conjunto Nelson Et Leurs Jeunes toca freneticamente o "That What Want" dos The Square Set.



Deixo-me envolver por aquele ambiente fantástico, como a querer reparar a situação anteriormente vivida no "Os Belenenses". Embrulho-me naquele mar de gente, rodopio, danço à toa, cumprimento e abraço gente que me cumprimenta e abraça. De relance vejo um ou outro rosto conhecido, mas não há tempo para conversas. Ainda falta mais caminho, mais estrada, mais asfalto.
Percorro "doidamente" a Av. da Praia do Bispo. Pelo caminho oiço barulhentas músicas vindas das casas, dos quintais, da ilha dos pescadores.



Cruzo-me com inúmeros carros que com latas amarradas aos pára-choques circulam pela Marginal, a caminho da Ilha uns, outros a percorrerem a Av. dos Restauradores/Baleizão/Polo Norte. Na curva Praia do Bispo/Marginal ainda tenho tempo para ver que o Clube Nun’ Álvares e o Restaurante Restinga fervilham de gente, de luzes luminosas, de festividade.
Luanda festeja mais uma Passagem de Ano. Festeja mais um ano de conquista na árdua luta de tornar Angola um país promissor, um país autonomista, desde que o deixem ser. Oiço o estrondear de foguetes, embora eles estejam há muito proibidos devido à situação de guerra.

Confesso que neste momento estou hesitante. Se seguir para a Ilha e curtir todo o ambiente que deveria estar a acontecer no Farol, aproveitar e ir à "Casa Portuguesa" ou ao "Marítimo da Ilha", ou simplesmente virar para a cidade e ir até ao "Clube Ferroviário". Sinto que este meu itinerário estará no fim e mentalmente sei onde o irei terminar. Por certo que não é no Ferrovia.
Estou a fazer esta passagem de ano ao volante do meu Morris Mini Cooper AAV-15-40 e começo a ficar cansado.



As emoções estão a ser muitas e ainda sinto o peso do olhar triste, decepcionado e sentido da Esperança.
Procuro um lugar para estacionar junto ao "Ferrovia", mas está tudo super ocupado. Solução encontrada ... estacionar no parque dos autocarros.
Tarefa superada, já que junto à mão que cumprimenta o guarda foi mais qualquer coisa.
No Clube Ferroviário entro sem algum impedimento apesar de estar completamente lotado. A parte inferior está repleta de foliões, a farra está ao rubro. Subo até ao primeiro andar e no vasto salão, completamente cheio, dança-se a Cumbia "La Pollera Amarilla", tocada pelos "Os 5 de Luanda".





Embrenho-me na multidão que rodeia a área de baile. Não procuro ninguém, não busco alguém, mas ao mesmo tempo quero encontrar alguém que me anime, que me acompanhe, se possível, até ao meu último destino deste itinerário de passagem e entrada de ano.
Vejo, a que mais tarde soube chamar-se Eduarda, a Luísa, a Graça e mais, mas todas já bem acompanhadas. Encontro uns amigos, o Tony, Ferreira, Augusto, bebo uns copos e começo a pensar em alterar a ideia anterior e decidir a ficar por aqui. O ambiente está óptimo, os meus amigos dizem-me que há umas garinas desgarradas, mas já por eles controladas, e com a possibilidade de se poder alargar o grupo a mais uma ou outra, desde que eu alinhe. Pondero a situação, olho para o relógio. Pouco passa da 1hora. Digo que sim, que fico.
Apresentam-me às suas recentes conquistas que, por sua vez, me apresentam a duas amigas ainda sem par. Uma é ruiva, bem sardenta, olhos acastanhados e bonitinha. Mora na Cidade Alta e tinha sido "arrastada" pelas amigas para o Ferrovia.
Engraço com ela, talvez pelo ar tímido e de bem pouco à vontade. Interessante, a uma hora destas e sai-me uma género “colegial”, penso para com os meus botões.
Mas a outra apresentada logo remeteu aquele meu primeiro interesse para segundo plano. É morena, cabelos negros como o carvão, olhos escuros, profundos, insondáveis, enigmáticos. Chama-se Olímpia e é a sedução em pessoa. Uma "loba", penso logo.
E entre a "colegial" e a "loba" preferi a última.

Conversamos, bebemos, dançamos, e penso novamente em sair dali. Apenas com a "loba", pois o grupo para mim já era. Bastava ela querer e saíamos os dois. Disse-lhe das minhas intenções, se ela quer sair comigo. Diz que sim. Só teria que se despedir das amigas. E fê-lo sem problemas. Também disse aos meus amigos o que estava a suceder e, embora surpreendidos pelo "rápido acontecimento", deram-me umas palmadas nas costa e desejaram-me "felicidades".
Fiquei com a impressão que as outras garinas ficaram a pensar do que é que eles estariam à espera para saírem também.
Saímos já enlaçados e no percurso até ao meu "bote" disse-lhe estar a querer ir até outro lado, até outro Clube, pois ainda era cedo para outras demandas.
Afinal eu quero acabar este meu itinerário no clube onde sou sócio, onde me sinto como em casa, embora não seja oriundo da região portuguesa que aquele clube representa. Concordou e pareceu-me que olhou para mim de uma outra forma, com mais interesse, com mais "carinho". Afinal eu estava a demonstrar que não pretendia uma conquista do género "tiro e queda". Havia tempo e tinha-se que gozar todo o tempo que o tempo colocava à nossa disposição.

Sem pressa avanço novamente pela Marginal a caminho da Mutamba. A saudável "loucura" de festejar o novo ano continua. Chegado ao Nacional procuro e consigo um lugar para estacionar. Seriam umas 2 e pico horas da manhã.
Abraçados, caminhamos um pouco e entramos no
Clube Transmontano de Angola. Encontrei logo amigos e amigas das noites dançantes de Sábados e tardes de Domingo. O Clube estava à cunha e a sala de baile repleta. Mas para mim há sempre um lugar à minha espera. Falei com quem tinha que falar e arranjaram-me uma mesa. Apesar de jovem eu sou um homem da "casa" e os dirigentes e alguns associados, assim como empregados, nutrem bastante simpatia por mim.
O conjunto A Teima, direi que é quase o conjunto da casa, está a findar de tocar uma música qualquer. Sentamo-nos e logo uma garrafa de champanhe e um bolo-rei foram colocados na mesa. Brindamos ao novo ano, ao nosso encontro, às ambições de cada um. Não brindamos ao futuro para os dois em conjunto. Sabíamos que iríamos viver aquele presente/futuro imediato. O Futuro/futuro não cabia naquele momento, naquele brinde.
Parecendo que de propósito para aquele momento "mágico", o conjunto "A Teima" toca e dançamos o "Adoro", de Armando Manzanero. Estava na hora das músicas envolventes, apaixonadas, de juras de amor, de amor de ocasião.



Outras músicas dançamos, outras músicas ouvimos. Antes do fim do baile fizemos o nosso fim de permanência naquela sala. Cerca das 5 da manhã descemos a escadaria dou à chave no meu Morris Mini Cooper e arranco até ao Hotel Costa do Sol, Km 7 da Estrada da Corimba.



Descemos até à praia resguardada, entrelaçamo-nos e depois deitados vimos o maravilhoso nascer do Sol. Só tarde adentro regressamos a Luanda. Um encontro para o inicio da noite deste primeiro dia de um novo ano tinha sido combinado.

Este é o meu itinerário para vós.
Percursos idênticos ou quase iguais ao que descrevo, por certo alguns dos que lerem este tema os terão tido. Se os tiveram e os souberam viver, souberam provocar magia, souberam ser mágicos.
Pois essa foi a magia daquela minha vida vivida e sentida. Daquela vida que um dia eu vivi.
Com todo o esplendor dos seus sons, cores, cheiros, tonalidades, odores.
Uma riqueza que ficará para sempre comigo. Uma riqueza de vivências que nunca mais as tive, mas as quais ninguém jamais mas poderá tirar.

*** A TODOS UM BOM 2009 ***

***** E FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES *****


Saudações e Inté



Comments:
Olá mano

Isso é que foi um Fim-de-Ano e pêras!

:))


De palanque em palanque, perdão, de Clube em Clube lá fizeste uma passagem inolvidável em que por certo uma lagrimazinha teimosa rolou lembrando esses belos momentos.

Então essa de ver aquele nascer de sol, bem acompanhado, numa praia de Luanda deve ter sido o máximo. São daqueles momentos que nem se sente os pés no chão quanto mais o corpo.

:)


Ah, o "nosso" clube Transmontano. O Conjunto a "Teima" ou "Os 5 de Luanda" ali abrilhantaram grandes matinés dançantes. Ainda parece que estou a ver. As garinas todas sentadas à espera dos "galifões" que encostados à parede aguardavam que alguém tivesse coragem em ser o 1º a abrir o baile para depois "degladiarem-se" à procura da melhor rapariga para enlaçar e deslizarem pelo salão. Depois era uma saída até ao terraço para refrescar o corpo com uma Nocal bem fresquinha.

Penso que valeu a pena este teu roteiro pelos locais dos bailaricos da cidade.

Do Ferrovia à Terra-Nova (ai que saudades!), do Desportivo à Muxima, todas estas tuas lembranças são, como tu bem o dizes, motivo para que aqueles que te lêem façam eles também o percurso das suas passagens de ano na cidade que nos despertou para a vida, pois não haverá ninguém que por lá tenha passado, que não reconheça aqui, um local por onde tenha andado.

Mano para ti um Bom Ano 2009 e um grande abraço.

P.S. - O "velhote" está todo "bangão" na foto!

:)
 
Ena Homem, mas que escala, isso foi o máximo,e como acabou,na areia, ou nas nuvens? Parabéns grande homem. Bem eu tenho duas memórias de fim de ano, uma era eu criança 6 a 8 anos lá na Maianga, ao lado da nossa casa viviam duas lindas jovens a Bernardet hospedeira de aviação, e a Raquel que estava no inicio de carreira professora,nessa altura do ano fizeram no grande quintal uma farra de familia e amigos onde nada faltou música danças bolos tudo dançava tudo cantava abraços beijos eu a ver tudo lá no meio de tanta gentetaparam o muro e a entrada com arames e lindas cobertas até ao chão penduradas para não se ver para dentro do quintal, foi demais fiquei apezar de criança encantada.
Laranjada ,pepesicola e bolos e marisco eu sei lá. Anos mais tarde na terra-nova uma farra em casa do meu amigo LUIS com champanhe e tudo que tinha direito acabei a noite com o famoso gadelhudo (Beatla)
que tinha uma moto grande preta não lembro a marka
e fui sim com ele dar uma curva para a praia do sol, e mais se adivinha claro não muito ...............
tudo isto ,sem papais saberem, e tudo combinado com o meu amigo Luis.
Estas duas foram únicas na minha vida.Faria igual ou melhor hoje. Ao atravessar a cidade na pendura, Luanda era de uma beleza extraordinária naquela noite. Ai minha vida minha cidade.
Amigo Leão-Verde obrigada
kisse inté
 
Só o amigo Leão-Verde para me fazer lembrar as passagens de ano no NOSSO Clube Transmontano. Certamente comeu alguma fatia de bolo rei e bebeu um copo de champanhe, que muito havia, na mesa que era destinada aos membros da Direcção e seus familiares. Fazia parte integrante desta família. Meu pai era Tesoureiro e eu e o meu irmão (que talvez fosse um dos que o deixava entrar e aranjava uma mesa)faziamos parte da comissão de festas para além de pertencermos ao grupo folclórico. Nos intervalos das actuação dos conjuntos "Teima" e "Os 5 de Luanda" lá vinham os "Pauliteiros" e o Rancho Folclórico para dar mais uns pézinhos de dança e convidar quem quisesse ajudar a entrelaçar as fitas, no gigantesco pau, ao sabor da marcha de Vila Real de Trás-os-Montes. Já de manhazinha deitados no areal saboreavamos o nascer do sol que com os seus raios nos tocava na face anunciando um novo dia. Dias que não voltam e que jamais esquecerei e tal como o amigo não voltei a ter. Um MUITO OBRIGADA por esta viagem. Bem Haja.
 
Ahhh, depois de tudo isso só posso dizer; Dançamos?
É que a minha farra em casa este ano soube-me a pouco, a nada, e assim como já falaste o que havia a falar, só posso mesmo desejar dançar... estou ataviada de roupas à Angolana...cheia de colares de missangas, e que tal irmos até à Corimba, ou ao morro da Cruz ver o sol nascer?

Rapaz, era isso mesmo, só que não dei tanta rodada por ai, arre, tu encheste as medidas ao acabares com a esperança da Esperança, caramba moço desmiolado que só querias viver o momento...
Já não tenho bem a certezinha, mas, parece que a última farra de Ano Novo foi no Restauração e pelas 4 da manhã fomos para a praia, montamos a barraca, todos, eu meu mano mais velho, a Luisa e o Rui,irmãos, este já falecido, as primas deles Ani e Licinha e o Vasco namorado da Any,o Carlitos que tinha um mini como o teu e me fez ficar la dentro dizendo,; laura, espera, quero que vejas isto, os outros sairam todos e claro, combinado...no parque do cinema Tropical, e fez um pião comigo no carro, só te digo que me agarrei a tudo, ehhhh... e só regressamos a casa pelas 18, tomamos banho e cama, já não aguentamos mais!...

Boas farras e as meninas dos papás não saiam de perto deles, nem se podiam apertar muito que os papás entravam em cena...
Beijinhos moço, deves-me uma dança então!...
 
Só me faltava esta agora
os 5 de luanda, ai meu Deus que saudade dançar dançar com um princepe.
E os apertozinhos e uns beijinhos porque não, os papás quanto mais olhavam, menos viam,pois ao ouvirem aquele magnifico conjunto os 5 de luanda, eles nada viam e a gente, aproveitava a distração, há háaaaaa
beijinho para todos vós
 
Moço, aí está a poesia que pensei ter perdido, corri tudo e graças, lá a encontrei. Tem tudo a ver com os nossos bailes quando acompanhadas dos papás...bolas, estragavam-nos a festa toda, sempre, e assim; ir com as amigas era o melhor de tudo...nada a acrescentar em casa...


Uma tarde de Domingo !…


Uma tarde de domingo
Uma sala de baile a rebentar pelas costuras
Eram as farras da nossa juventude.

Todos os rapazes, menos os envergonhados
Iam convidar as meninas para dançar
E se pelos paizinhos estivessem acompanhadas
Claro que uma tampa, iam levar.

E os pobres afastavam-se envergonhados
E mal os paizinhos se afastavam
À carga eles voltavam
E levavam sempre um não, que meninas bem
Não andavam por ali a dizer “sim” a ninguém.

Naquele tempo os rapazes
Faziam cá uma corte
Com uma galantearia
E a menina ajuizada
Nunca um “sim” diria !

E os pobres andavam de roda
À roda de casa, à roda do trabalho
À roda da menina que lhes ocupava o coração
E a menina continuava a dizer “não”

E se o “sim” acontecia
O namorico passava para a sala
Na companhia dos pais
Ou então lá no portão !

Nas noites de lua cheia
Que as meninas detestavam,
Porque queriam escuridão
Para resolver assuntos do coração.

Tempos lindos os de outrora
Que não eram como os de agora
Que as meninas hoje não ficam ali sentadas
Vão depressa e espevitadas
Buscar o moço
Que mais lhes agrada!..

Beijinhos, muitos e saudades também da; garota.
 
Grande leão, grandes farras fiz em luanda, mais propriamente no grande bairro militar, que pena, nessa altura não existir camaras de video para filmar tudo, gostei das musicas, muitas tenho em vinil e cd, mas tenho mais, a minha família è toda farrista, houve uma passagem de ano, que eu não me esqueço, devia ter 10 ou 11 anos, eu e a minha irmã cassula fomos na mala do ford taunus 15m para abaía de luanda, bem hajas por me recordades esses momentos.......
 
Tenho dificuldade em abrir o teu blog.....mas hoje tive paciência e lá abriu....ahahahahah

Grandes vadios é o que eram....hihihihih
Eu coitadita lá ia ao cinema KALUNGA junto á praia um cinema ao ar livre...e á meia noite lá iamos todos tomar um banho na praia morena....ahahahahah

Belos tempos e como dizes " uma vivência.... que ninguem te as poderá tirar".

Beijinhos grandes
 
Leão só mesmo tu para descrever os nossas passagem de anos.Desse tempo lembro-me que passei alguns em frente ao cinema Restauração Av. Alvaro Ferreira nos bombeiros da cruz verde. Eu morava ao lado e pertencia aos voluntáros aliás vi a crescer também o prédio que seria mais tarde da DISA e seria expulso dessa casa após a intentona do Nito Alves. Um abraço Edu
 
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