sábado, 19 de março de 2011

 

Bairro Caop «» [ meu 2º Bairro ]


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** The Rubetts - Sugar Baby Love **


Não sei se será do Tempo da Vida, da paz em que estou envolvido através do fundo nostálgico musical desta página [clicar »» ”Anos Dourados”] do meu mano Marius70, do brilho das estrelas que vislumbro através da janela ou do que quer que seja. Apenas sei que neste momento sinto a necessidade física e emocional de escrever um tema dedicado mais a recordar determinadas pessoas, lembrando-as, que contar alguma estória de algum momento, de alguma situação, de algum acontecimento por mim vivido ou assistido. Estas foram pessoas que me proporcionaram novos contactos, novos conhecimentos, novas amizades e outras ambiências. Ao recordar-me de algumas delas também irei simultâneamente lembrar alguns locais onde com elas convivi em amena cavaqueira, entre um gostoso, saboroso e aromático café Palanca ou uma loira apetecível, explosiva e refrescante Nocal "a cerveja sem rival", a minha cerveja de sempre. Encontrei-as quando novo rumo dei à minha vida, tendo elas sabido acolher-me fazendo com que entrasse, de uma ou outra forma, no mundo deles, permitindo eu que eles entrassem no mundo de mãos vazias mas de coração cheio que transportava.

** eu, na hora da mudança [Abr/74] **


Ser-me-á bastante gratificante, saudável e até reconfortante procurar mencioná-las, sendo mais que provável que um ou outro nome não me ocorra dado os anos decorridos, mas farei o esforço possível para referenciar a maioria deles.
Assim, envolto neste momento de introspecção vou dedicar este meu tema do "Reviver" a esses meus novos conhecidos de outrora, tendo alguns, com o decorrer do tempo, conseguido a "patente" de os ter considerado como amigos, o que não era fácil.
Conheci-os quando nos inícios de Abril de 1974 me “transferi” para o Bairro da Caop, Rua Dr. João das Regras, e foram o meu último núcleo de conhecidos e amigos de bairro/rua que tive antes da independência ter acontecido. Tinha então 23 anos.

** aspecto geral do Bairro da Caop **


Bastantes foram as situações diárias com eles vividas intensamente naquela época conturbada entre Abril/74 a Jul/75.
Umas boas, quando quase todas as noites até altas horas, como se não tivéssemos que ir trabalhar e/ou estudar, jogávamos o monopólio, à sueca, às copas, aos dados e outros jogos, entre uma ou outra cerveja, refrigerantes ou à base de cafés.
Ou quando passávamos tardes de Sábados e de muitos e muitos Domingos, após regressarmos da praia e depois de “atacarmos” uns bons churrascos grelhados em carvão no vasto quintal e com gindungo a “exigir” muitas Nocais, iamos “desgastar” para a Escola Comercial Vicente Ferreira que após o 25 de Abril passou a denominar-se de 1º de Maio. "Para quem não se possa lembrar a Escola Comercial Vicente Ferreira ficava perto da Escola Industrial e do Liceu Feminino. Antes, a escola com este nome situava-se no Bairro do Café, perto da Rádio Comercial de Angola, onde muitas vezes joguei à bola quando frequentava, em anos anteriores, a casa da família Maia, que residia na Avª Sá da Bandeira, gaveto com a Silva Porto.

** uma das entradas da Escola Com.Vicente Ferreira **


Através do Beto, que pertencia à Comissão de Alunos, tinhamos acesso ao pavilhão desportivo da escola; ele, o pai [Sr. Raul], eu, o Mito e o Edgar, onde jogávamos ping-pong quase até à exaustão. No regresso, após um bom e retemperador banho, era a saída a uma soirée qualquer, ou pura e simplesmente uma ida até à esplanada do Baleizão e "picar" umas sempre apeteciveis tapas, ou uns suculentos pregos, regados com um girafa, canhangulo ou pata de elefante (dependia da sede de cada um), ou ainda saborear uma gelada e frutosa cassata, em ambiente recuperador das energias dispendidas no dia.
Ou quando meses depois, e não sendo a situação no "terreno" agradável, saíamos por volta das 22/23 horas para as longas filas que se começavam a formar em redor do Jumbo, na Estrada de Catete, a fim de termos possibilidade de, sendo dos primeiros, conseguirmos alguns bens básicos de primeira necessidade, quando a escassez de alimentos em Luanda se fez sentir. Levávamos uma ou duas garrafas térmicas com café e entre muita conversa de passar o tempo e beberricando cafés, as noites iam sendo passadas até à abertura das portas do Hiper.

Outras situações teriam que ser menos boas e até intranquilas quando ouvíamos e víamos o fogo cruzado das balas tracejantes durante acções nocturnas ocorridas entre forças da F.N.L.A., M.P.L.A. e Unita, devido às várias delegações e sedes desses movimentos se situarem na cintura envolvente ao Bairro da Caop.
Também quando uma morteirada caiu na vivenda quase ao lado da para onde fui viver, destruindo por completo a varanda e parte da fachada, provocando momentos de preocupação e algum pânico entre os residentes da rua.
Ou ainda quando a DENUNCIA se tornou vil e escabrosa e a guerrilha entre os três movimentos mais intensa, mais sangrenta, menos humana, ouvíamos, pela calada da noite, tiros, rajadas, gritos e correrias e víamos alguns corpos a serem levados aos ombros pelas traseiras do prédio onde ficavam, entre outros estabelecimentos, o Café Londres e a Saratoga (Rua Paiva Couceiro). Nessas alturas desligavamos as luzes, as casas ficavam às escuras e viamos sem sermos vistos, resguardando-se desta forma a segurança de todos.
Mas não são os momentos bons e menos bons que hoje estou a querer relembrar.
Os menos bons fazem parte de alguns temas que tenho vindo a escrever e que irei continuando a relatar, pois foram acontecimentos que fizeram parte da história contemporânea da tomada e controlo de Luanda. Se esses muitos momentos não forem aceites como dela (Luanda) sendo, aceito-os eu como fazendo parte da minha história de vida.
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…“Conforme refiro no tema [clicar »» ”Mudar de Rumo [ I ] – Hotel Trópico”], o caminho que pretendia seguir, após concluído o serviço militar, era de total ruptura com o “antes”. Tudo tinha que ser revolvido, tudo tinha que ser mudado. Daí o facto de ter experimentado, como primeira saída, ir trabalhar para o Hotel Trópico com as consequências no tema descritas. Como refiro no fim desse tema foi o “casual” encontro com o Maurício que fez com que o rumo da minha vida mudasse radicalmente. Na data que agora rememoro já eu trabalhava desde Janeiro no 7º Juízo Criminal de Luanda como oficial de diligências, juízo sito no prédio dos tribunais na Rua Serpa Pinto, direcção Largo da Maianga, e “sabia” que aquele era o meu caminho no meu novo rumar ao Futuro”…

nota:-nada na minha vida foi casual, por acaso. Sempre estive e apareci onde era preciso aparecer e estar; no momento, no dia e hora.
Sempre fui “encaminhado” e esses encaminhamentos ainda hoje acontecem
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Assim fui “encontrado” pelo Henrique Mocho [foto] meu conhecido por andar a “arrastar a asa” à minha mana mais nova e que depois se tornou um bom amigo mesmo quando verificou que minha mana não estava disponível para lhe “segurar a asa”.
Foi ele quem “tinha que encontrar” quando decidi completar o rumo e sair do meu bairro de sempre, o Bairro de S.Paulo. E naturalmente foi ele quem me encaminhou para onde eu “teria” que ir. E assim vi-me a negociar ir viver para um anexo de quintal de uma residência sita na Rua Dr. João das Regras, nº 17, no Bairro da Caop.
Lá encontrei o Chico, jovem militar conhecido do Henrique, que aguardava ansiosamente a ordem para embarcar de regresso ao “puto” por ter já concluído o seu tempo de serviço militar. No pouco tempo que convivemos as relações foram amistosas.
[Para ajudar a situar, a Rua Dr. João das Regras era a rua paralela à da Paiva Couceiro e onde se situava o portão de entrada do mais que conhecido Colégio Viriato]
Foi à família Soares que o Henrique me apresentou, nomeadamente à D.Reis que era quem estava em casa e com quem acertei todos os pormenores relacionados com a minha estada. A família era constituída pelo Sr. Raul, D. Reis e os filhos Victor, Bela (Belinha), Carlos Alberto (Beto) e o neto Fernando (Fernandinho).

** a família Soares **



o Sr. Raul trabalhava no Bungo, nos autocarros, como administrativo


a D. Reis era a “economista” que zelava pelas finanças da casa e pelo bem estar de todos





a Bela trabalhava na Agª África (publicidade), sita na Avª Sá da Bandeira, gaveto com a Avª dos Combatentes












o Beto, para além de estudar,
praticava basquete como júnior
no Benfica, quando Mário Palma
era o treinador


o Victor era homem dos sete ofícios pois trabalhava no B.P.S.M., era "DJ" no Calhambeque, no “4” [Ingombotas) e no Contencioso, para além de ter tido um programa de rádio penso que “Escape Musical”, no Rádio Clube de Luanda, prédio do Suba, gaveto da Vasco da Gama/Brito Godins





                                                         o Nando (neto)







De forma natural comecei a relacionar-me com outras pessoas daquela rua, jovens e menos jovens e a conhecer um ou outro morador de ruas circundantes do bairro.

Recordo a família Correia (Sr. Manuel, D. Emília e filha Isabel)



Do Jaime (mais conhecido por Mito), que tinha uma cabeleira tipo Jimy Hendrix e era irmão da Branca e da Clara, tendo esta tido desempenho num filme com Alberto Sordi. Ao lado do Mito vivia a família Silva (Sr. Silva e Dª. Mimi) e os filhos Totó (das motas/motorizadas), o João (Joãozinho) e a Edna (Denita).

Também a Carlinda [foto], a Ana Paula, o Matateu, o Sabu, o Zindo e a Helena Dinis, carinhosamente tratada por “Bucha” pelos amigos, casada com Iko Carrera, que se tornou o primeiro ministro da Defesa da R.P. Angola após a independência em 11 Nov 75. “ Talvez um dia por eu ter mencionado o nome dele tenha salvo a m/vida quando estive detido/preso durante horas por uma força do M.P.L.A. que ocupava as instalações do ex-quartel dos fuzileiros na Ilha. Essa detenção teve a ver com a situação do descontrole organizacional no terreno das FAPLA e dos Pioneiros sobre os horários desfasados do arraiar da bandeira. Esse descontrole fazia com que Luanda ficasse praticamente paralisada a partir de determinada hora, tendo até havido algumas mortes, sendo a de maior relevo a de um conselheiro do Ministério do Comércio Externo da Roménia provocada por um disparo vindo da guarda do Grafanil. Mas a minha detenção/bandeira será tema para uma próxima estória”.

Lembro a São, que já conhecia de há alguns anos quando trabalhava nos escritórios de uma tipografia sediada nas antigas instalações da Fábrica de Chocolates Vilares, na Rua do Vereador Prazeres/Bo. S. Paulo,

tendo o meu mano Mário lá trabalhado, nos chocolates, numas férias escolares quando "ainda" kandengue.



O Artur [foto], irmão da São, ambos filhos da D. Conceição que também alugava anexos [num deles vivia o amigo Henrique]; a D. Luísa e filha Rosarinho (estudava no S. José Cluny), em cuja vivenda caiu a tal morteirada; o Carlos (Carlitos) que vivia com a mãe e foi um dos que uma noite levei debaixo de fogo ao Hospital de S.Paulo quando havia o recolher obrigatório (ainda hoje quando nos encontramos ele agradece essa minha temeridade, esse meu gesto que poderá ter-lhe salvo a vida, pois a sua situação poderia ter-se complicado se não fosse de imediato socorrido); a família Pereira e os filhos

Tono [foto] e Lígia que tinham uma pastelaria ao lado da vivenda.
Na mesma rua Dr. João das Regras mas do outro lado, como se se fosse para o Café Ginga, que ficava mais ou menos frente ao Copacabana, vivia o

Júlio [foto], cortador de carnes no talho Noite e Dia ao fundo dos Combatentes, antes de se entrar no Marçal. Ao lado do talho havia o café/restaurante também Noite e Dia e em frente a Repartição de Finanças daquela área.
Na Rua Fernão Lopes, rua paralela à que agora morava, mas na zona do descampado lado Combatentes, vivia o amigo Jorge onde, em anos anteriores, eu, e algumas vezes com meu mano Mário, passávamos muitas e muitas tardes de Sábados a aprender a dedilhar os primeiros acordes de viola do “House Of The Rising”, tema mitico da época. Nunca dei nada com as cordas. Ainda hoje tenho, mesmo a “olhar” para mim neste momento, uma viola mas está dentro do saco. Pode ser que um dia quando me sentir reformado de “vez” tenha algum tempo para a ela me dedicar.

** Av. Combatentes, notando-se o tal “descampado” **

Na continuidade dessa Rua Fernão Lopes, na direcção da escola primária existente à entrada do Marçal vivia o Carlos Brandão Lucas, do qual vimos algumas excelentes séries que cá fez/faz para a RTP e as outras estações televisivas.
Na Rua Vasco Fernandes, rua que começava na Paiva Couceiro e terminava na Avª dos Combatentes e era lateral ao Colégio Viriato, havia uma vivenda onde uma senhora um pouco para o forte e baixa recebia uns quantos cupões de uma ou duas marcas de produtos da Nestlé ou da Primor, cupões esses que eram trocados por uma chávena de chá ou café e respectivo pires, sendo a colecção, se bem me recordo, de seis conjuntos de chávenas e um bule ou cafeteira. Eram em loiça de cor esverdeada e também em rosa. Quando ainda kandengues eu e meus manos íamos lá bastantes vezes fazer essas trocas.


Na Rua El Rei D. Dinis vivia o Vasco Rafael que tantas
e tantas vezes vi e ouvi cantar quando em espectáculos nos cinemas, actuando também nas diversas casas como a Casa Portuguesa (na Ilha), no Maxime, Tamar, etc., ou quando era cantor convidado nas várias revistas no Nacional e no Avenida.



No prédio da Saratoga, sito no inicio da Rua Vasco Fernandes com a Paiva Couceiro, tendo no lado oposto a cervejaria Munique, que depois passou a chamar-se Ponderosa quando mudou de proprietário, vivia o artista de revista e cançonetista João Sequeira



Recordo o Café Punta del Pazo que ficava mais ou menos ao lado da Vidraria dos Combatentes da mais que famosa "marabunta" (quem souber o que é uma marabunta saberá a razão daquela loiraça ter sido assim apelidada) mais o seu carro de dar nas vistas, um descapotável Chevrolet Corvertte vermelho; a papelaria Gody que bastantes vezes frequentei e ficava na esquina do prédio dos sargentos ou oficiais do exército, onde mais tarde se instalou a Unita; o Café Caniço; o Mónaco; o Palladium; a Tabacaria Travassos e tantos outros lugares onde me sentei, conversei e convivi com essas pessoas que me diziam algo de novo, que me mostravam outras formas de estar.






Nessa casa e rua onde vivia, meus irmãos, nomeadamente

           o mano Alfa                                                           e uma ou outra vez                                                        o mano Tony













assim como o amigo Tonito do Bo S.Paulo, tinham a porta franqueada e sentiam-se como em suas próprias casas.



O Edgar, meu colega em 1975 no B.P.S.M., assim como o foi o Tonito, era mais um frequentador daquela rua, daquela casa, mesmo não vivendo no bairro.
Era, em relação a juventude, um bairro e uma rua com muitos jovens de ambos os sexos e bastante amigos uns dos outros devido aos longos anos de convivência.
Com o agudizar do conflito armado e a proximidade da independência o bairro e a rua começaram a ficar vazias, as casas ficaram "órfãs", a alegria e algumas dessas muitas pessoas desapareceram para sempre, rumo a outros destinos, e tudo se desmoronou.
Eu também parti quando em Julho 1975, já casado, mudei novamente para o Bo. de S.Paulo para a minha rua de sempre, a Vereador Prazeres, tendo de lá saído definitivamente em Setembro quando fui viver para a Vila Clotilde.
Entrei na Rua Dr. João das Regras solteiro, saí dela casado.

A essas pessoas, jovens e menos jovens, muito particularmente à Família Soares, este tema deste meu Reviver dedico.
Sei onde alguns dos que mencionei estão e felizmente estão bem, pelo menos com saúde. Outros já faleceram pois a Vida não é Eterna. Paz às suas Almas.
Aos ainda vivos o meu Agradecimento pela camaradagem e solidariedade demonstrados, assim como pelos bons momentos que desde o inicio me proporcionaram quando com eles convivi naquela Rua Dr. João das Regras, do Bo da Caop.

**Fazendo hoje anos envio ao Beto um Abraço de Felicitações pelo Aniversário. Parabéns, Muitas Felicidades e Tudo de Bom. Daqui ergo a taça num Brinde de Amizade.

***o som musical deste tema é particularmente dedicada à Bela que na época era uma fã incondicional do "Sugar Baby Love dos The Rubetts" **

Saudações e Inté




terça-feira, 1 de março de 2011

 

No Palco com … [ III ]


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** Alex – agora Mister Gay **


Este “No Palco com … “ é destinado a lembrar um cantor excêntrico na sua forma de apresentação visual que nos inícios dos anos sessenta apareceu a pisar alguns dos palcos de casas de espectáculos luandense, assim como programas de variedades no Restauração, Colonial, Kipaka e outros. Não me lembro de alguma vez o ter visto a actuar nos SMAE ou no Cine-África, mas é provável que tenha actuado.
Dois dos temas do seu reportório cheguei também a cantá-los nos tais concursos do Chá das Seis (Restauração) e da Parada da Alegria (Colonial). Eram de letra fácil, tinham algum ritmo e cantar Alex estava na moda. De um deles transcreverei a letra e quem se lembrar do tom musical facilmente a poderá cantarolar.

Assim, para todos vós, … ALEX, o fabuloso




Alex foi um popular cantor de musica ligeira e também romântica. Apresentava-se, conforme já referi, de forma excêntrica no vestuário, usando roupa fora dos padrões “convencionados”, “produzindo-se” através de maquilhagem e maneava-se ostensivamente se a canção tivesse ritmo para isso, contribuindo para que algumas “barreiras mentais” ainda existentes na época começassem a ser “derrubadas”.
Um dos maiores problemas com que Alex se deparou, tendo por isso e infelizmente tido bastantes dissabores, foi o de ter assumido descomplexadamente a sua homossexualidade. A partir dessa sua publica confissão muitos espectadores, e não só, permitiam-se ao insulto fácil e vernáculo como se à sua frente não estivesse um cantor, um entertainer, cujo propósito era o de apenas procurar entreter o publico que o ouvia e dessa forma ganhar o seu cache.



Algumas vezes foi agredido por gente estupidamente estúpida, nomeadamente militares, que não compreendiam, não aceitavam, ou apenas pretendiam humilhá-lo, sentindo-se assim mais homens que o homem que covardemente agrediam, ou talvez com um pouco de “inveja” do êxito de um homossexual. Mas Alex tudo isso foi superando e sobrevivendo até ter desaparecido da ribalta do musical luandense, talvez por ter rumado para a “metrópole”. Penso que a última vez que o terei visto actuar terá sido em 1967/8.

Pelo recorte abaixo da Plateia sobre “Noticias de Angola”, em 1973 regressou a Luanda mas o seu “tempo” já tinha passado, pelo menos em Luanda.

** clicar para ampliar **


Pessoalmente considero que terá sido um cantor de voz mediana, mas “disfarçava” esse factor com a forma atrevida e descomplexada com que se apresentava e se “entregava” nos palcos, contagiando as plateias.

Saudações e Inté

TWIST SALOIO

                                            Passam carros e carroças
                                            Na minha rua numa chiadeira,
                                            Umas de primeira,
                                            Outras de segunda
                                            E outras de terceira!
                                            .....

                                            [Refrão] - e repete:
                                            O Twist é bom,
                                            Assim é que é ...
                                            Perninha prá frente,
                                            Perninha pra trás,
                                            bate bem o pé ...
                                            .....

                                            As meninas d'agora,
                                            Dançam o twist de qualquer maneira,
                                            Umas de primeira,
                                            Outras de segunda
                                            E outras de terceira ...
                                            [Refrão] - e repete.
                                            .....